Jornal do Commercio
Sem licitação, a Bolívia contratou o consórcio canadense Tecsul para projetar e construir a usina hidrelétrica de Cachuela Esperanza, no Rio Beni, um dos afluentes do Rio Madeira, próxima à divisa com o Brasil. O projeto deve ser entregue até julho de 2009, e a usina deve ser concluída em meados de 2015.
A iniciativa da gestão Evo Morales eliminou a possibilidade de o governo brasileiro levantar essa hidrelétrica como um projeto binacional e de apresentá-lo como contrapartida aos supostos prejuízos gerados pelas futuras usinas de Jirau e Santo Antonio, que serão construídas no Rio Madeira, em Rondônia.
O consórcio Tecsul também terá outra missão, encomendada pela Empresa Boliviana de Eletricidade (Ende): elaborar estudos sobre o impacto ambiental das represas de Jirau e de Santo Antonio em território boliviano. A decisão da Bolívia foi interpretada como uma clara aversão a qualquer cooperação do Brasil no setor de energia elétrica - ainda mais quando se trata do aproveitamento hídrico do Madeira.
Nos últimos anos, o governo Evo Morales levantou obstáculos, especialmente na área ambiental, à construção das duas usinas brasileiras. O Palácio do Planalto comprometeu-se a repassar a La Paz os estudos sobre os impactos do lado brasileiro e assegurou que os riscos seriam mínimos.
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