A Bolívia assumiu nesta terça-feira, 26, o controle de duas refinarias compradas da Petrobras, e o presidente Evo Morales pediu à Assembléia Constituinte que a nova Carta Magna do país proíba para sempre as privatizações.
EstadãoA Bolívia assumiu nesta terça-feira, 26, o controle de duas refinarias compradas da Petrobras, e o presidente Evo Morales pediu à Assembléia Constituinte que a nova Carta Magna do país proíba para sempre as privatizações.
O ato foi realizado na refinaria Guillermo Elder Bell, na cidade de Santa Cruz, leste do país. Morales chegou ao local acompanhado do vice-presidente, Álvaro García Linera, e de outras autoridades, para anunciar que o Estado tem novamente o controle das refinarias, compradas da Petrobras por US$ 112 milhões.
Depois de assumir o controle da instalação, Morales viajou a Cochabamba para fazer o mesmo com a refinaria Gualberto Villarroel.
A operação foi acordada com a Petrobras há um mês, mas a retomada oficial das fábricas foi adiada devido a problemas administrativos e de seguros, até que, nesta madrugada, a companhia brasileira endossou suas 364.800 ações à empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB).
"Que nunca mais voltem os ´vende-pátrias´. Que nunca nossas refinarias e recursos naturais sejam entregues às transnacionais", disse Morales, em discurso em Santa Cruz.
O presidente acrescentou que espera que, na nova Carta Magna, a Constituinte "dê uma segurança, uma espécie de blindagem, espécie de cadeado, para que nossas empresas, nossos recursos naturais não sejam privatizados, como fizeram até agora". Morales considerou o momento "histórico" e disse que hoje é "uma festa" para os que têm "consciência pela pátria".
A Bolívia depositou US$ 56 milhões nas contas da Petrobras em 11 de junho, e deverá fazer um segundo pagamento no mesmo valor em agosto.
A transferência ficou bloqueada devido à falta de um seguro para as refinarias, que acabou sendo contratado esta semana por conta da própria Petrobras, depois que a YPFB não conseguiu fazer isso em uma primeira tentativa.
A Petrobras comprou as duas fábricas do Estado boliviano por US$ 104 milhões em 1999, e o presidente da YPFB, Guillermo Aruquipa, disse nesta terça que essa venda foi feita "a preço de banana".
De Cochabamba, após a posse da segunda refinaria, Morales viajará à Venezuela para assistir a inauguração da Copa América de futebol.
Fonte: Estadão
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