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BNDES registra lucro líquido de R$ 12,9 bi no primeiro trimestre de 2022

Banco avançou com modelo de project finance non recourse para aeroportos do Nordeste, realizou 1ª privatização portuária do Brasil e fez o maior leilão de concessão ambiental do país

Redação TN Petróleo/Assessoria BNDES
13/05/2022 09:54
BNDES registra lucro líquido de R$ 12,9 bi no primeiro trimestre de 2022 Imagem: Divulgação Visualizações: 821

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 12,9 bilhões no primeiro trimestre de 2022, aumento de 32% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O desempenho foi influenciado pela reclassificação de JBS (R$ 5,8 bilhões), receita com dividendos da Petrobras (R$ 3,0 bilhões), resultado líquido das alienações de ações (R$ 1,3 bilhão) e saldo positivo de equivalência patrimonial de R$ 0,8 bilhão. Do lado da estruturação de negócios, os três primeiros meses do ano foram marcados pela realização de leilões de CODESA, Parque Nacional de Iguaçu e as PPPs de Iluminação Pública de Caruaru e Jaboatão dos Guararapes.

Já os desembolsos registraram crescimento de 31% comparado ao mesmo período de 2021. Foram R$ 14,8 bilhões, incluindo debêntures, outros ativos de crédito, operações de renda variável e não reembolsáveis. As operações com Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) representaram 38,1% desse valor (R$ 5,6 bilhões), em linha com a política estratégica do Banco. Ao todo, R$ 103 bilhões da carteira de crédito do BNDES estão destinados a essa parcela do mercado, o que equivale a 22,7% do total.

O produto de intermediação financeira atingiu R$ 4,9 bilhões, aumento de 12% em comparação ao mesmo período de 2021, impactado pela elevação na taxa SELIC, que remunera a carteira de tesouraria.

O resultado recorrente de R$ 5,5 bilhões no primeiro trimestre de 2022 apresentou aumento de 128% quando comparado ao mesmo período de 2021 (R$ 2,4 bilhões), refletindo a maior receita com dividendos/JCP e o acréscimo no produto da intermediação financeira. O resultado recorrente exclui operações de desinvestimento da carteira de renda variável e provisões para risco de crédito, dentre outros. 

Ativos – O ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 749,7 bilhões em 31 de março de 2022, 1,7% a mais que em 31 de dezembro de 2021 (R$ 737,2 bilhões), decorrente, principalmente, do efeito da reclassificação do investimento em JBS e consequente reconhecimento da diferença entre o valor de mercado e o valor contábil das ações (R$ 6,7 bilhões). Soma-se a este efeito a valorização da carteira de participações societárias em não coligadas de cerca de R$ 7,2 bilhões no trimestre.

A carteira de crédito e repasses, líquida de provisão, totalizou R$ 433,7 bilhões, representando 57,9% dos ativos totais no fim do primeiro trimestre e se manteve no mesmo patamar de dez/21 (decréscimo de 1,3%). 

A carteira de crédito expandida totalizou R$ 442,9 bilhões em 31 de março de 2022, apresentando leve redução de 1,6% em relação ao fechamento do trimestre anterior.

Os desembolsos totais (que incluem debêntures, outros ativos de crédito, operações de renda variável e não reembolsáveis) chegaram a R$ 14,8 bilhões. As novas operações aprovadas no trimestre irão gerar impactos como, por exemplo, 1,5 mil equipamentos de energia limpa; 5.587 MWh/ano de energia economizada por ações de eficiência energética; 6.727 agricultores familiares beneficiados pelo Pronaf; e um aumento de 167 mil toneladas de armazenagem de grãos no Brasil.

A carteira de participações societárias totalizou R$ 79,2 bilhões em 31 de março de 2022. A posição representa um acréscimo de 19% em relação a 31 de dezembro de 2021, em função dos efeitos da reclassificação do investimento em JBS e da valorização da carteira de não coligadas. 

Project Finance – O destaque maior ficou para a operação em cofinanciamento com o Banco do Nordeste (BNB) na modalidade project finance non-recourse, de R$ 1,8 bilhão para investimentos em seis aeroportos do Nordeste, operado pelo grupo espanhol Aena Desarrollo Internacional, com aumento estimado de 50% de capacidade e 19 milhões de passageiros impactados por ano. Serão reformados os aeroportos de Recife (PE), Maceió (AL), João Pessoa (PB), Aracaju (SE), Campina Grande (PB) e Juazeiro do Norte (CE).

Outra operação pioneira foi a emissão de debêntures verdes para financiar cerca de 1.600 projetos de instalação de sistemas de microgeração solar fotovoltaica em residências e empresas localizadas na região Norte. O banco adquiriu 95% dos R$ 60 milhões em debêntures  emitidas pela Amazônia Solar Companhia Securitizadora de Créditos Financeiro. Trata-se de uma operação piloto visando promover a aceleração da geração solar distribuída onde existem problemas de fornecimento de energia e cerca de 250 Sistemas Isolados que utilizam a geração térmica a diesel para fornecimento de energia elétrica.

Fábrica de Projetos – A carteira de PPPs, concessões e privatizações do BNDES conta com 153 projetos já estruturados ou em estruturação e 23 já leiloados, considerando um total de R$ 382 bilhões em investimentos. Apenas em ativos ambientais está em estruturação a concessão de 46 parques e 19 florestas, totalizando mais de 8 milhões de hectares.

Durante o 1º trimestre de 2022, a Fábrica de Projetos do Banco concluiu com sucesso os processos de privatização da primeira autoridade portuária do Brasil (Codesa), com R$ 855 milhões em investimentos contratados; a maior concessão de um parque natural no país (Parque Nacional do Iguaçu), com R$ 500 milhões em investimentos contratados; além de leilões de iluminação pública de Jaboatão dos Guararapes e Caruaru, em Pernambuco (beneficiando 1,08 milhão de pessoas e com investimento total previsto de R$ 189 milhões). Em abril foi realizado o leilão de um bloco de rodovias do Rio Grande do Sul, com perspectiva de aporte de R$ 3,2 bilhões em obras.

O BNDES também foi responsável por lançar  o Latam Projects Hub, em  parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Nacional de Obras y Servicios Públicos S.N.C. do México (Banobras) e a ALIDE (associação que reúne bancos de desenvolvimento da América Latina). A plataforma agrega um conjunto de oportunidades de investimento em concessões, parcerias público-privadas e privatizações na América Latina, contendo informações estratégicas sobre os projetos.

Inadimplência – A inadimplência (+ 90 dias), se manteve baixa, 0,21% em 31 de março de 2022, inferior ao nível do Sistema Financeiro Nacional (0,37% no segmento grandes empresas – dados de fevereiro/22). 

O índice de renegociação atingiu 13,91% em 31 de março de 2022, em função das renegociações no âmbito dos programas emergenciais Standstill – COVID-19 e Setor Elétrico. Desconsiderando este efeito, o índice de renegociação seria de 1,68%.

Fontes de recursos – Em 31 de março de 2022, FAT e Tesouro Nacional representavam 51,5% e 18,2%, respectivamente, das fontes de recursos do BNDES.

O valor devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional totalizou R$ 122,5 bilhões em 31 de março de 2022, redução de 1,5% em relação à posição em 31 de dezembro de 2021 em função, basicamente, dos pagamentos ordinários de R$ 2,7 bilhões realizados no trimestre.

O FAT se manteve como principal credor do BNDES. No trimestre, ingressaram R$ 5,5 bilhões de recursos do FAT Constitucional e foram liquidados R$ 8,5 bilhões referentes aos juros semestrais, sendo o saldo do fundo com o Banco de R$ 347,0 bilhões em 31 de março de 2022. 

O passivo com captações externas totalizou R$ 27,8 bilhões em 31 de março de 2022, um decréscimo de 16,8% em relação ao saldo em 31 de dezembro de 2021, em função, principalmente, do efeito da desvalorização do dólar no período.

Patrimônio líquido – O patrimônio líquido atingiu R$ 142,4 bilhões em 31 de março de 2022, aumento de 12,1% em relação ao saldo em 31 de dezembro de 2021, impactado pelo lucro líquido de R$ 12,9 bilhões, somado ao ajuste de avaliação patrimonial positivo, líquido de tributos, de R$ 2,5 bilhões.

Limites prudenciais – Base para o cálculo dos limites prudenciais estabelecidos pelo Banco Central (Bacen), o Patrimônio de Referência totalizou R$ 201,0 bilhões em 31 de março de 2022 (ante R$ 190,3 bilhões em 31 de dezembro de 2021). 

O Índice de Basileia manteve-se em situação confortável, oscilando de 40,2% ao final de dezembro de 2021 para 39,5% em março de 2022, acima dos 10% exigidos pelo Banco Central.

As demonstrações financeiras do BNDES e suas subsidiárias estão disponíveis no Portal de Relações com Investidores do BNDES.

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