O BNDES libera hoje (27) a segunda parcela do financiamento para a construção da Usina Nuclear Angra 3, no valor de R$ 308 milhões. No total, a Eletrobras Eletronuclear já recebeu R$ 508 milhões do banco, que cobrirão gastos previstos na compra de máquinas e equipamentos e na contratação de serviços nacionais até dezembro de 2011. Esse montante representa 8,3% do empréstimo, de R$ 6,1 bilhões. A primeira parcela, no valor de R$ 200 milhões, também foi liberada esse ano, em 24 de junho.
O empreendimento demandará investimentos diretos da ordem de R$ 10 bilhões, sendo que em torno de 75% desses gastos serão efetuados no Brasil. Além dos recursos do BNDES, a empresa receberá R$ 890 milhões da Eletrobras, oriundos do fundo da Reserva Global de Reversão (RGR), cujos saldos devem ser aplicados no próprio setor elétrico. Desse montante, já foram liberados R$ 366 milhões (41,1% do total) em duas parcelas, pagas em janeiro e agosto de 2011.
Já a cobertura dos serviços de engenharia e das aquisições de equipamentos no mercado externo - cerca de 1,3 bilhão de euros - será feita através de financiamento internacional. A Eletrobras escolheu um consórcio de bancos liderado pelo francês Société Générale para financiar essa etapa do empreendimento. O contrato entre ambas as partes deverá ser assinado em novembro.
A construção de Angra 3 aqueceu a indústria nacional em 2011. Até o final do ano, o plano da Eletronuclear é investir R$ 1,4 bilhão. Em 2010, ano de retomada das obras da usina, a empresa injetou R$ 300 milhões no empreendimento.
Angra 3 terá 1.405 megawatts de potência e está prevista para entrar em operação em dezembro de 2015. A Usina será capaz de gerar mais de 10 milhões de MWh anuais, energia suficiente para abastecer as cidades de Brasília e Belo Horizonte durante um ano inteiro.