Jornal do Commercio - PE
Em mais uma tentativa de dar fôlego aos investimentos do setor produtivo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem a redução da taxa de juros em parte de seus financiamentos. O corte – que pode chegar a 4,45 pontos percentuais – beneficiará, principalmente, as operações de pré-embarque, empréstimo-ponte e capital de giro, todas com um perfil de capital de curto prazo.
De acordo com o presidente do banco, Luciano Coutinho, a iniciativa foi possível graças à queda no custo do capital repassado pelo Tesouro Nacional à instituição, reflexo dos últimos cortes feitos na taxa básica de juros. As operações eram feitas a um custo de TJLP (taxa de juros de longo prazo, usada como referência para os empréstimos do banco) mais 2,5% ao ano.
A taxa referencial continua igual, mas a remuneração adicionais caiu para 1% ao ano.
A escolha das linhas beneficiadas, segundo Coutinho, se deu considerando as que mais haviam absorvido o aumento do custo do capital da crise financeira. “Quando houve o encarecimento do custo da captação, por conta da escassez de crédito internacional, decidimos preservar linhas que considerávamos mais nobres, como as voltadas para infraestrutura e novas unidades produtivas. Em compensação, o repasse do encarecimento do crédito foi feito para linhas de curto prazo, como o empréstimo-ponte e capital de giro”, explicou ele.
Os recursos para empréstimos-ponte, que tinham crédito liberado com a cobrança de juros totais de até 12,7% ao ano, tiveram seus custos reduzidos para taxas entre 7,25% e 8,25%, dependendo do tipo de operação. Os juros das linhas para capital de giro, que custavam 14,5% ao ano, caíram para 10,25%, e as linhas para exportação na modalidade de pré-embarque, de 8,75% ao ano para 7,25%.
Além destas três linhas, Coutinho informou que haverá redução nas taxas de juros cobradas em financiamentos de máquinas e equipamentos (Finame), operações de leasing, compra de equipamentos usados e aquisição de caminhões. “Isto será feito nos financiamentos concedidos ao custo de TJLP mais 2,5% ao ano. As operações serão feitas, a partir de agora, a um custo de TJLP mais 1% ao ano”, detalhou ele.
Apesar do corte nos juros, os spreads (taxa de remuneração cobrada pelos bancos) do BNDES, que variam de 0,9% ao ano e 1,8% ao ano e que se somam ao custo final do crédito, não foram reduzidos. Em casos em que o financiamento não é contratado diretamente com o BNDES, usando a figura de um agente repassador, o custo pode ser encarecido em 4%.
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