Biocombustível

Biorrefinarias como prioridades de P&D

O Gerente de Tecnologia da Petrobrás Biocombustível (PBio), João Norberto Noschang mostrou as principais linhas de atuação da empresa, na palestra Inovação Tecnológica: metas desafiadoras que viabilizarão novas fontes de energias para o Brasil, proferida na semana passada, no evento All A

Redação/ Agências
07/07/2010 11:29
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O Gerente de Tecnologia da Petrobrás Biocombustível (PBio), João Norberto Noschang mostrou as principais linhas de atuação da empresa, na palestra Inovação Tecnológica: metas desafiadoras que viabilizarão novas fontes de energias para o Brasil, proferida na semana passada,  no evento All About Energy 2010, em Fortaleza (CE).

 

Durante a apresentação Noschang enfatizou a diretriz estabelecida para a Petrobras Biocombustível, de considerar que as unidades de produção de biocombustíveis devem ser consideradas “biorrefinarias”, onde todas as matérias-primas precisam ser completamente utilizadas, sem sobras ou resíduos. “Na biorrefinaria, o que não é matéria-prima é produto, que deve ter valor e demanda no mercado nacional ou internacional”, ressaltou. Devido a essa nova concepção, a Petrobrás Biocombustível está priorizando pesquisas com etanol, biodiesel, matérias-primas e com novos combustíveis.

 

De acordo com Noschang, a empresa investirá US$ 477 milhões em pesquisa e desenvolvimento até 2014, o que representa 13,6% do orçamento total do período. “É um porcentual bastante elevado, pois precisamos, rapidamente, fazer o ‘scale-up’ de algumas tecnologias que já foram desenvolvidas em laboratório e devem ser levadas a plantas de demonstração,” disse o gerente de tecnologia.

 

Para etanol, o plano de negócios da Petrobrás Biocombustível prevê a aquisição de diversas unidades produtivas no Brasil e no exterior, de modo a acelerar a participação da empresa no mercado global do combustível substituto da gasolina. Noschang declarou que serão utilizados os conhecimentos de engenharia de processos e de produção da Petrobrás para melhorar a fabricação desse biocombustível, mesmo quando a matéria-prima for a cana-de-açúcar. E no caso do etanol de segunda geração, utilizando o bagaço como matéria-prima, deverá ser instalada uma unidade semi-industrial até 2014, para testes e definição do processo de etanol celulósico.

 

O programa de biodiesel, além de consideram a diretriz de aproveitamento total das matérias- primas, também definiu a inclusão social de agricultores familiares como objetivo. Noschang relatou que isso leva a empresa a prestar assistência técnica aos fornecedores de matérias-primas para as usinas de biodiesel, garantindo a compra da produção por preços superiores aos mínimos estabelecidos. “Neste ano, a PBio tem contratos com mais de 60.000 agricultores de mamona, girassol e soja, em todos os Estados do nordeste e em Minas Gerais”, afirmou. Para otimizar a produção e fornecimento de matérias-primas, a Petrobrás Biocombustível tem realizado diversas parcerias para o desenvolvimento de sistemas de produção que considerem o suprimento contínuo das matérias-primas ou dos óleos vegetais para as usinas de biodiesel. Dentre os parceiros, está a Embrapa que realiza pesquisas com girassol, dendê, canola, pinhão-manso, mamona, amendoim e outras oleaginosas de interesse regional, como macaúba, inajá, babaçu e tucumã.

 

Alinhado ao conceito de biorrefinaria, diz José Manuel Cabral, Chefe de Comunicação e Negócios da Embrapa Agroenergia está o desenvolvimento dos Arranjos Produtivos Locais (APL) em que a Embrapa vem trabalhando. Os APLs têm o intuito de otimizar o aproveitamento das matérias-primas e garantir o suprimento contínuo das mesmas para as usinas. ”O trabalho conjunto da biorrefinaria com os APLs no entorno da mesma, poderão criar sistemas de produção sustentáveis e de grande importância para o desenvolvimento sócio-econômico regional”, explica Cabral.

 

A diretriz de estabelecer biorrefinarias levou a PBio a realizar pesquisas para o aproveitamento racional da glicerina que sobra da produção do biodiesel e da vinhaça, subproduto da destilação do etanol para a produção de biohidrogênio. Também para aproveitar os fluxos de gás carbônico que são produzidos em diversos processos das refinarias de petróleo, a PBio está realizando pesquisas de produção de biohidrogênio por micro-algas. Noschang explicou que este é outro processo em que os conhecimentos de laboratório precisam ser confirmados em nível de escala-piloto. “Vamos inaugurar, no próximo ano, uma instalação semi-industrial para produção de micro-algas e biohidrogênio, no Rio Grande do Norte, Nesse caso, além de produzir o hidrogênio, ainda utilizamos gás carbônico, diminuindo a emissão dos gases de efeito estufa” ressaltou.

 

As pesquisas com novos combustíveis levaram também ao desenvolvimento de bioquerosene para aviação. O processo já está patenteado e a sua consolidação depende de se encontrar a matéria-prima vegetal mais adequada, que tenha o perfil adequado dos ácidos graxos. “A PBio já realizou diversas produções experimentais e com esses produtos deverão ser realizados testes em avião ainda neste ano de 2010, concluiu Noschang.
 

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