Biotecnologia

Bio Clean investe R$ 80 mi para expandir no biodiesel

DCI
13/05/2010 14:06
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A indústria de biodiesel Bio Clean Energy deve investir quase R$ 80 milhões em novas plantas, pesquisa e tecnologia, este ano, no Brasil. Depois de aplicar recentemente R$ 10 milhões na primeira unidade industrial de Araraquara, no interior de São Paulo, a empresa injeta agora R$ 60 milhões na segunda planta localizada no Distrito Industrial de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia.

 

De acordo com Sérgio Gonçalves Dutra, engenheiro agrônomo e consultor da Bio Clean e da Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf), R$ 2 milhões serão destinados à construção de uma unidade piloto, em Motuca, também no interior paulista. "O valor global do projeto em Motuca incluindo pesquisas, custeio, serviços e bens de capital é de R$ 7 milhões." Deste total, de acordo com Dutra, mais de R$ 1 milhão já foi despendido, pela Empresa Brasileira de Estudos e Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Prefeitura de Motuca, Fepaf, além da Bio Clean.

 

 

A companhia já ultrapassou a casa de R$ 1 milhão em recursos destinados à pesquisas de novas matérias primas para extração de biodiesel. Em assistência técnica e extensão rural, a Bio Clean deve investir R$ 325 mil e, para a produção de oleaginosas, serão destinados R$ 455 mil.

 

A Bio Clean, que é um braço da Endurance Capital Partners (ECP), fundo ligado à gestora Capitânia, estima faturar este ano R$ 140 milhões.Para a safra 2010/2012, a Bio Clean já definiu um incremento de 40% nos investimentos em assistência técnica e extensão rural, além de aumentar 55% os aportes na produção de oleaginosas.

 

Dutra adiantou que em 2010 uma segunda linha de produção será adicionada a Araraquara. "Permitirá dobrar a produção, de 70 milhões para 140 milhões de litros de biodiesel ao ano."

 

Já a indústria de Luís de Magalhães deve processar 240 milhões de litros de biodiesel por ano. De acordo com Dutra, para esta temporada está prevista uma área total de 7 mil hectares, todos de agricultores familiares dos municípios de Araraquara, Guatapará, Jaboticabal, Matão, Motuca e Pradópolis.

 

Segundo Dutra, contratos para quatro safras, duas de inverno, duas de verão estão em processo de adesão desde dezembro de 2009, e devem contar com dois mil agricultores familiares que integram o primeiro módulo do projeto da Bio Clean para obtenção do Selo de Combustível Social, desenvolvido junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). "Está previsto um incremento de 30% da área plantada e um aumento de 12% na produtividade das oleaginosas."

 

Com o cultivo de canola, amendoim, cártamo, crambe, girassol e soja, a Bio Clean estima uma produção de 2,7 milhões de litros de biodiesel. Um rendimento de cerca de R$ 6,5 milhões para os produtores familiares.

 

De acordo com levantamento da Bio Clean, 60% do total de área é cultivada por soja. O que representa 36 sacas por hectare, ou 2.150 quilos com teor de 15% de óleo na extração mecânica. Uma captação de quase 1,37 milhão de litros de biodiesel.

 

No restante da área são cultivados girassol, crambe e cártamo, com produtividade de 21 sacas por hectare, ou 1.260 quilos com teor de 25% de óleo na extração mecânica. "São cerca de 1,34 milhão de litros de biodiesel."

 

A Bio Clean Energy pretende levar ainda para todo o território nacional miniusinas, nomeadas Skids, que integram o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel. Segundo o consultor, o custo de implantação é bem menor do que o das plantas atuais que utilizam tecnologia convencional.

 

"Consideramos que o inicio de operação da unidade de Motuca validará a metodologia e desencadeará um planejamento específico do governo federal, visando a implantação das Skids."

 

O primeiro módulo do projeto para obtenção do Selo de Combustível Social, que abrange os dois mil agricultores deve expandir para outros municípios de São Paulo, segundo Dutra, na região de Andradina, Bauru e Itapeva.

 

A Bio Clean aposta na diversificação de matérias primas para obtenção de biodiesel, priorizando opções de oleaginosas não alimentares e de preferência por cultivos de inverno. "Uma vez que mais de 80% das áreas destinadas ao plantio de grãos no País são utilizadas por apenas uma cultura anual de verão."

 

A Bio Clean Energy deve investir quase R$ 80 milhões em plantas, pesquisa e tecnologia para o biodiesel no Brasil. A Bahia é o próximo destino do grupo, que fará aporte de R$ 60 milhões na região.

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