Assessoria ANP
Hoje, 29/05/2025, o Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP) completa 25 anos de operação contínua. A ANP é responsável pela gestão do BDEP, localizado no Rio de Janeiro, que conta com um acervo de dados técnicos digitais gerados pelas atividades de exploração e produção (E&P) de petróleo e gás natural nas bacias sedimentares brasileiras, patrimônio estratégico da União.
A gestão eficiente e a difusão dos dados técnicos armazenados no BDEP contribuem para o desenvolvimento científico do Brasil, além de garantir que esse patrimônio da União permaneça relevante para o futuro, fortalecendo o setor energético brasileiro.
O acervo de dados digitais do BDEP inclui mais de 3.700 levantamentos geofísicos (sísmicos e não sísmicos) e perfilagens de mais de 30.900 poços, totalizando mais de 11,6 petabytes em volume de dados. Isso equivale a mais de 7,73 bilhões de fotos de 1,5 megabytes cada.
Entre os principais usuários do BDEP, estão as empresas do setor de petróleo e gás natural, universidades e instituições de pesquisa.
Evolução
Para se ter uma ideia da evolução do BDEP e dos dados técnicos do setor nesse quarto de século, em 2000, o volume de dados do banco de dados era de 71 terabytes, cerca de 0,6% dos atuais 11,6 petabytes.
Robô Hermes
Desde 2019, o BDEP conta com o Robô Hermes, solução integrada de armazenamento de dados técnicos composta por um robô automatizado de fitas magnéticas de alta capacidade, com capacidade de armazenamento de 44 petabytes em volume de dados técnicos, expansível para até 100 petabytes.
Transição energética
Os dados armazenados no BDEP, que dão suporte a decisões estratégicas no setor de petróleo e gás, são cada vez mais relevantes no contexto da transição energética para uma economia de baixo carbono.
Além de servirem de insumo para a realização de rodadas de licitação de áreas para exploração e produção de petróleo e gás natural, conduzidas pela ANP, esses dados podem ser utilizados no processo de identificação de formações geológicas adequadas para a estocagem de CO₂, contribuindo diretamente para a descarbonização do setor.
Com mais de 11,6 petabytes armazenados, esse volume tende a crescer exponencialmente com a inclusão dos dados de monitoramento da pluma de CO₂ (forma como o dióxido de carbono se espalha e se move no subsolo depois de ser injetado para armazenamento), que será essencial para garantir a segurança dos projetos de estocagem geológica.
Esse monitoramento atende aos desafios trazidos pela Lei nº 14.993/2024, a chamada Lei do Combustível do Futuro, que atribuiu à ANP a competência para regular a captura e armazenamento de carbono (CCS), e à Lei nº 14.948/2024, que instituiu o marco legal do hidrogênio e conferiu à Agência a responsabilidade de regular o hidrogênio de baixo carbono.
Arrecadação
Nesse período, desde o início do processo de disponibilização dos dados técnicos, foram arrecadados e repassados à União cerca de R$ 280 milhões, por meio dos planos de associação ao BDEP, por empresas do setor de óleo e gás, para acesso aos dados técnicos públicos armazenados no Banco.
Difusão gratuita
A difusão gratuita de dados técnicos públicos das bacias terrestres e das bacias marítimas maduras está alinhada às políticas públicas do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), como a Resolução CNPE 17/2017. Nesse contexto, a ANP tem adotado iniciativas para democratizar o acesso a dados geológicos e geofísicos, com foco na revitalização de bacias terrestres e campos maduros marítimos.
Novas fronteiras
A difusão gratuita dos dados não apenas fomenta pesquisas em universidades e centros de pesquisas, gerando PD&I e qualificando mão-de-obra, como incentivam a exploração em bacias de novas fronteiras, ampliando o conhecimento geológico e viabilizando a descoberta de novas áreas com potencial, seja para petróleo e gás ou estocagem.
Empresas de pequeno e médio portes
Além disso, esses dados técnicos podem contribuir para o desenvolvimento de descobertas de pequeno e médio porte e ampliar a participação de empresas de pequeno e médio porte no setor.
Conquista recente
Os dados técnicos armazenados no BDEP tiveram importante participação na decisão da Organização das Nações Unidas (ONU) de aprovar a ampliação da plataforma continental (extensão submersa do continente), publicada em 26/3/2025. Trata-se de área localizada na costa do litoral norte do Brasil, estendendo-se do Amapá ao Rio Grande do Norte, com um total 360 mil km² - o equivalente ao território da Alemanha.
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