Valor Econômico
O Espírito Santo pode perder hoje um dos maiores projetos siderúrgicos do país. Após intensas avaliações, há sinais de que a chinesa Baosteel e sua sócia Vale do Rio Doce vão desistir de construir uma usina de placas em Anchieta, município ao Sul de Vitória. O projeto para produção de 5 milhões de toneladas voltadas à exportação era orçado em US$ 5 bilhões e geraria 4.500 empregos diretos.
Na terça-feira, Baosteel e Vale se reuniram para decidir o destino do negócio. Hoje, está prevista uma reunião com os funcionários da Cia. Siderúrgica de Vitória (CSV), nome dado à futura usina, na qual a posição final dos sócios sobre o investimento será comunicada.
O Valor apurou que o grupo chinês já é carta fora do baralho no Brasil. A Baosteel já teria tomado a decisão de não investir mais na construção da CSV e teria perdido o interesse em tocar um novo empreendimento em outro estado do país. O grupo chinês tentou emplacar uma siderúrgica com a Vale no Maranhão e não conseguiu e agora passou a enfrentar também dificuldades no Espírito Santo.
O que teria motivado a chinesa e a Vale a não prosseguir no projeto foi a decisão do governo capixaba, comunicada no final de novembro aos acionistas da futura usina, de vetar a construção da siderúrgica no distrito industrial de Ubu, em Anchieta, alegando problemas ambientais. O governo, que inicialmente incentivou a construção da usina em Ubu, passou a oferecer outros locais como alternativa para a instalação da siderúrgica.
Fato semelhante ocorreu com o empreendimento no Maranhão, levando as sócias a transferir o projeto para o Espírito Santo. O que levou uma fonte da Vale a comentar que “não podemos ficar feito iô-iô”. Em dezembro, o presidente da Vale, Roger Agnelli, e seu diretor-executivo de ferrosos, José Carlos Martins, estiveram na China e conversaram sobre o assunto com a Baosteel, combinando de tomar uma posição final em janeiro.
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