Empresa quer ser uma uma base portuária em Santos.
Valor Econômico
A Bandeirantes Logística Integrada, dona de áreas para armazenagem de contêineres no porto de Santos (SP) e na retaguarda, se prepara para alçar novos voos.
A companhia vai entrar na operação portuária de supply boats, as embarcações de apoio que fazem o transporte de insumos e pessoas entre o continente e o mar para a indústria de exploração e produção de óleo e gás.
A ideia é que o terminal marítimo da empresa no porto seja o ponto de partida e saída das embarcações de apoio do mercado offshore.
Atualmente a Bandeirantes participa de quatro concorrências, entre públicas e privadas, para ser uma base portuária de supply boats em Santos.
“Não queremos entrar em mercado spot, mas, sim, fazer um serviço regular”, afirma Marcel Vilchez, diretor comercial da Bandeirantes.
Os investimentos na melhora da infraestrutura do terminal, como abertura de portões e remanejamento do trânsito interno, serão feitos conforme o número de contratos, mas devem alcançar pelo menos R$ 10 milhões.
O terminal marítimo, com 29 mil metros quadrados, sempre foi usado como armazém alfandegado para contêineres, pois a extensão e a profundidade do berço de atracação são insuficientes para receber navios de contêineres.
Mas as dimensões são ideais para atender as embarcações de apoio ao pré-sal, cujas perspectivas são de crescimento devido à exploração na Bacia de Santos.
O negócio de supply boats está inserido no contexto de pulverizar o business da Bandeirantes, hoje centrado na armazenagem de contêineres. No terminal marítimo, a empresa recebe os contêineres operados em instalações maiores do porto e de lá os leva para alguma de suas unidades na retroárea. Além do terminal, a Bandeirantes tem dois centros de distribuição, um em Santos e outro em São Paulo; um Redex (recinto alfandegado onde são adiantados os processos de exportação) em Cubatão; um centro de distribuição em Paranaguá (PR); e uma transportadora rodoviária. Nos últimos meses, a Bandeirantes e a Marimex, também especializada em armazenagem alfandegada, mas sem acesso ao cais, estudavam uma fusão.
A ideia era formar uma empresa para disputar a licitação que o governo prepara de uma área fincada entre as duas companhias, o que resultaria em um complexo alfandegado de grande porte.
Mas a negociação não foi para frente.
Em 2013, a Bandeirantes, grupo familiar, faturou R$ 197 milhões. Neste ano a companhia deve fechar com R$ 280 milhões, alta de 42%. A fatia do terminal marítimo deve responder por 80% do volume global.
A perspectiva positiva coincide com a mudança no perfil de negócio desde que começou a troca no comando da empresa, há cerca de um ano. O novo presidente é Washington Flores, ex-diretor no Tecon Santos, da Santos Brasil. Vilchez, que faz parte do novo corpo gerencial, diz que no passado a Bandeirantes trabalhava basicamente só com despachantes aduaneiros e o negócio focava no volume de contêineres em vez de priorizar o valor das cargas.
A nova direção mudou essa realidade. “Focamos em importadores com cargas de maior valor agregado, despachantes que tinham volume associado a esse tipo de carga e, principalmente, procuramos os agentes de carga.
O grande diferencial foi trabalhar não só com um perfil de cliente, mas com os três, tirando o que de melhor cada um tem”.
No agenciamento de carga, por exemplo, a tática foi atrair os clientes de contêiner de carga fracionada (chamado segmento LCL, quando o embarcador não tem carga suficiente para preencher o contêiner sozinho).
Nesse serviço o contêiner é “desmembrado” em vários lotes, já que há cargas de vários clientes com valores diferentes, o que tende a aumentar o faturamento.
“Hoje ninguém remove mais lotes LCL do que a gente no porto de Santos”, garante Vilchez.
O volume de contêineres removidos permaneceu o mesmo no primeiro semestre em relação à mesma base de 2013, mas a receita bruta aumentou 159%. E o tíquete médio por contêiner subiu 146%.
Fale Conosco
21