Investimentos

Bancos se armam para obras de infraestruturanos setores energia, petróleo e gás

Valor Econômico
15/07/2010 13:23
Visualizações: 728 (0) (0) (0) (0)
Os bancos ajustam suas operações para atender à profusão de investimentos em obras de infraestrutura a serem realizadas no país, especialmente no setor de energia, incluindo petróleo e gás, que prometem movimentar centenas de bilhões de reais nos próximos anos. O Banco do Brasil (BB) acaba de criar uma área específica para a avaliação desses megaprojetos. Já o Santander aproveitou o processo de fusão com o ABN Amro no último ano e meio para se antecipar à demanda adicional, reforçando sua equipe de "project finance" (financiamento de projetos).
 
 
"O país passou muito tempo sem investir em empreendimentos de grande porte", observa Walter Malieni Júnior, diretor de crédito do BB. A área de atacado do banco ganhou uma divisão dedicada à análise de projetos de energia, composta por dez analistas "selecionados entre as melhores cabeças da instituição", como faz questão de dizer o executivo. Estão sendo avaliados por essa equipe, no momento, cerca de 20 projetos.
Somente o da usina hidrelétrica de Belo Monte, cujo custo orçado pelo governo gira em torno de R$ 20 bilhões, requer atenção exclusiva. Foi destacada no BB, há um ano, uma pessoa para estudar o projeto. "É preciso analisar todos os detalhes que envolvem a operação. Será construída uma fábrica de cimento próxima às obras ou o material vai ser transportado? Quantas turbinas serão necessárias? Onde os trabalhadores ficarão alojados?", enumera Malieni Júnior. Não foi decidida ainda qual deve ser o papel do banco em Belo Monte, pois os executivos aguardavam as definições sobre a formalização da Sociedade de Propósito Específico (SPE) responsável pela usina, que saíram ontem.
 
 
Dentre as construções em andamento, a obra da usina de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia, receberá do BB R$ 1bilhão, a maior fatia dos R$ 3,58 bilhões que serão repassados pelos cinco agentes financeiros credenciados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O desenho de "project finance" oferece como garantias os recebíveis que serão originados pela usina durante a operação e o penhor de suas ações. Para a hidrelétrica de Santo Antônio, também no Rio Madeira, serão liberados pelo BB outros R$ 600 milhões de repasse do BNDES.
 
 
Tanto o BB como os demais bancos estão de olho na demanda a ser criada pelas obras relacionadas ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que exigirão investimentos de R$ 465,5 bilhões entre 2011 e 2014 na área de energia. A partir de 2014, a previsão é que sejam consumidos mais R$ 627,1 bilhões. São projetos de longo prazo, que requerem financiamentos superiores a dez anos. Pelo menos metade desse dinheiro virá do BNDES. "Em alguns casos, serão feitos empréstimos-ponte até que o recurso de longo prazo saia", afirma João Carlos Zani, diretor do Bradesco Banco de Investimento (BBI).
O objetivo dos bancos é participar não só dos consórcios de financiamento como também disputar a liderança das assessorias, responsáveis pela estruturação dos modelos de captação. "Assessoria e crédito andam juntos", diz Zani, que orientou sua equipe no BBI a não deixar escapar qualquer projeto do radar. "O levantamento deve abranger, inclusive, a cadeia de fornecedores", acrescenta ele. O BBI acabou de ser contratado para estruturar o financiamento de cinco projetos, entre linhas de transmissão de energia e portos. Fazem parte do portfólio atual outros três mandatos de hidrelétricas. "Estamos também recebendo muitas cotações para pequenas centrais hidrelétricas [PCHs]."
 
 
Para fazer frente ao aumento da demanda por investimentos em infraestrutura, o Santander aproveitou a fusão com o ABN Amro e dobrou sua equipe de "project finance". "Não houve ganho de sinergia na área, aproveitamos tudo", conta Eduardo Müller Borges, diretor de mercado de crédito do banco. Hoje, metade dos 18 analistas de "project finance" do banco de capital espanhol está focada na cobertura do setor de energia.
 
 
O crescimento do número de mandatos no Santander está sendo puxado pelos projetos ligados a petróleo e gás, a exemplo das licitações da Petrobras para a construção de plataformas de perfuração e sondas para a camada pré-sal. "Se há pouco tempo eles representavam 15%, hoje já respondem por um terço do total", afirma Borges.
 
 
Mas, de seis meses para cá, o executivo do Santander tem percebido uma mudança sutil no perfil da demanda, que passou a incluir projetos de energias alternativas, principalmente eólica. Está marcado para agosto o segundo leilão de fontes alternativas de energia. A expectativa é que sejam contratados 3 mil megawatts (MW), ante 1,83 mil MW em dezembro de 2009.
Mais Lidas De Hoje
veja Também
Sergipe Oil & Gas 2025
Petrobras aposta no Sergipe Oil & Gas e será a patrocina...
07/07/25
Indústria Naval
Estaleiros brasileiros e chineses assinam documento para...
07/07/25
Etanol
Anidro sobe 0,11% e hidratado recua 0,17% na semana
07/07/25
Porto de Santos
Ageo Terminais conclui captação de R$ 154 milhões em deb...
07/07/25
Logística
Durante o Macaé Energy, Líder Aviação destaca experiênci...
07/07/25
Gás Natural
SCGÁS divulga novos projetos aprovados por meio de leis ...
04/07/25
Rio Grande do Sul
Sulgás defende mobilização de deputados gaúchos para ass...
04/07/25
Biodiesel
ANP recebe doação de equipamentos para detectar teor de ...
04/07/25
Meio Ambiente
Biometano emite até 2,5 vezes menos CO₂ do que eletricid...
04/07/25
Fusões e Aquisições
Petróleo lidera fusões e aquisições globais; especialist...
04/07/25
Investimentos
Petrobras irá investir R$ 33 bilhões em projetos de refi...
04/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Petrobras aposta no Sergipe Oil & Gas e será a patrocina...
04/07/25
Pessoas
Julia Cruz é a nova secretária de Economia Verde, Descar...
03/07/25
Gás Natural
TBG lança produto de curto prazo flexível anual
03/07/25
Resultado
Grupo Potencial cresce 70% em vendas de Arla 32 e planej...
03/07/25
Petroquímica
Vibra entra no mercado de óleos básicos para atender dem...
03/07/25
Biocombustíveis
Brasil pode liderar descarbonização do transporte intern...
03/07/25
Energia Elétrica
PMEs: sete dicas para aderir ao mercado livre de energia
03/07/25
Oportunidade
Vibra adere ao Movimento pela Equidade Racial
03/07/25
Pré-Sal
Oil States assina novos contratos com a Subsea7
02/07/25
Sustentabilidade
Congresso Sustentável CEBDS 2025 reúne 300 pessoas em Belém
02/07/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.