Mercado

Balança tem rombo de US$ 6,1 bilhões no bimestre

E pode fechar 2014 com déficit.

Agência Brasil
17/03/2014 12:33
Balança tem rombo de US$ 6,1 bilhões no bimestre Imagem: Divulgação. Tecon Salvador Visualizações: 614 (0) (0) (0) (0)

 

Com rombo de US$ 6,1 bilhões no primeiro bimestre de 2014, a balança comercial brasileira pode ganhar fôlego até junho com o aumento dos embarques de soja. Mas, embora o movimento deva garantir alguns meses de superávit, as perspectivas para o ano são incertas. Especialistas trabalham com a possibilidade de um pequeno superávit, a exemplo do saldo de, aproximadamente, US$ 2,6 bilhões registrado em 2013, ou mesmo de saldo negativo para este ano.
Vilão da balança comercial no ano passado, o petróleo não mostrou, até o momento, reversão satisfatória do desempenho negativo em 2014. A conta-petróleo fechou 2013 deficitária em US$ 20,1 bilhões. Nos dois primeiros meses deste ano, reduziu em US$ 1 bilhão o déficit na comparação com o mesmo período do ano passado, de US$ 4,6 bilhões para US$ 3,6 bilhões. O governo tem manifestado expectativa de melhora. No entanto, para Walber Barral, consultor e ex-secretário de Comércio Exterior, a questão pode não ter solução tão rápida.
“O Brasil aumentou muito a exportação de petróleo [bruto] comparativamente a quatro, cinco anos atrás. Mas também está importando muito [produtos] refinados. Você tem um atraso nos projetos de exploração [de petróleo]  e um aumento no consumo [interno] de produtos refinados. Como aumentou muito o consumo de gasolina, por exemplo, o Brasil deve recorrer à importação”, avalia.
O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, destaca também a necessidade de acionamento das termelétricas em função da baixa nos reservatórios de água. Ele ressaltou que isso levou a um aumento nas importações de óleo diesel. “Quando fizemos projeção [para a balança comercial] em dezembro, não se sabia que haveria uma queda tão forte [nas exportações de petróleo e derivados]. Em janeiro aumentou, mas em fevereiro caiu. O governo elevou a participação de etanol na gasolina, para aumentar o consumo do álcool e reduzir o de gasolina [diminuindo, assim, as importações do derivado de petróleo] mas não adiantou”, comenta.
Outra dificuldade para melhora do desempenho da balança em 2014, essa já esperada, é a queda de preço das commodities. Em alguns casos, como o da soja, o volume dos embarques compensou a redução de preços.  Os produtores brasileiros anteciparam o envio da soja para garantir os preços atuais, o que contribuiu para o volume elevado registrado no início do ano. Em fevereiro, por exemplo, foram embarcadas 2,79 milhões de toneladas, 190,7% mais que em igual período de 2013. A expectativa é que, em abril, maio e junho, com o início efetivo da safra, a quantidade cresça e garanta resultados superavitários para a balança, mesmo com a estiagem no Paraná e as chuvas em Mato Grosso provocarem redução na estimativa de colheita.
Segundo Robson Mafioletti, assessor da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e da Expedição Safra, projeto do setor privado que faz levantamentos sobre a safra de grãos, a aposta é que a projeção de embarque de aproximadamente 45 milhões de toneladas não sofrerá grande alteração. “Mesmo com essa quebra de safra, [a quantidade a ser exportada] é um pouco maior que a do ano anterior [que foi 43 milhões de toneladas]”, destacou. “Isso [a soja] deve garantir superávit para o meio do ano. Depois que acabar, é outro problema”, acrescenta José Augusto de Castro, da AEB. Ele lembra que, além do grão, o dólar valorizado pode dar fôlego às exportações. A alta da moeda norte-americana teve início em 2013, mas o efeito desse tipo de movimento na balança não é imediato.
A redução nas exportações brasileiras para Argentina e Venezuela, tradicionais parceiras comerciais, também deve afetar a balança em 2014. A Argentina enfrenta uma crise econômica e vem aplicando forte desoneração cambial. Na Venezuela, há temor dos exportadores em fechar negócio, pois tem havido atraso na liberação dos pagamentos. José Augusto de Castro, projeta perda de aproximadamente R$ 3 bilhões no caso da Argentina e R$ 1 bilhão em se tratando da Venezuela.
Ante tantas variáveis, não há definição sobre como fechará a conta das exportações e importações brasileiras este ano. A projeção oficial da AEB, ainda não alterada, é superávit de US$ 7,2 bilhões. No entanto, José Augusto de Castro acha difícil um resultado positivo nesse patamar. “Deve ser menor, podendo até ser déficit”, acredita. O consultor Walber Barral acredita que o país repetirá o desempenho de 2013. “A perspectiva é manter o quadro do ano passado. Provavelmente, um superávit muito pequeno”, prevê.

Com rombo de US$ 6,1 bilhões no primeiro bimestre de 2014, a balança comercial brasileira pode ganhar fôlego até junho com o aumento dos embarques de soja. Mas, embora o movimento deva garantir alguns meses de superávit, as perspectivas para o ano são incertas. Especialistas trabalham com a possibilidade de um pequeno superávit, a exemplo do saldo de, aproximadamente, US$ 2,6 bilhões registrado em 2013, ou mesmo de saldo negativo para este ano.

Vilão da balança comercial no ano passado, o petróleo não mostrou, até o momento, reversão satisfatória do desempenho negativo em 2014. A conta-petróleo fechou 2013 deficitária em US$ 20,1 bilhões. Nos dois primeiros meses deste ano, reduziu em US$ 1 bilhão o déficit na comparação com o mesmo período do ano passado, de US$ 4,6 bilhões para US$ 3,6 bilhões. O governo tem manifestado expectativa de melhora. No entanto, para Walber Barral, consultor e ex-secretário de Comércio Exterior, a questão pode não ter solução tão rápida.

“O Brasil aumentou muito a exportação de petróleo [bruto] comparativamente a quatro, cinco anos atrás. Mas também está importando muito [produtos] refinados. Você tem um atraso nos projetos de exploração [de petróleo]  e um aumento no consumo [interno] de produtos refinados. Como aumentou muito o consumo de gasolina, por exemplo, o Brasil deve recorrer à importação”, avalia.

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, destaca também a necessidade de acionamento das termelétricas em função da baixa nos reservatórios de água. Ele ressaltou que isso levou a um aumento nas importações de óleo diesel. “Quando fizemos projeção [para a balança comercial] em dezembro, não se sabia que haveria uma queda tão forte [nas exportações de petróleo e derivados]. Em janeiro aumentou, mas em fevereiro caiu. O governo elevou a participação de etanol na gasolina, para aumentar o consumo do álcool e reduzir o de gasolina [diminuindo, assim, as importações do derivado de petróleo] mas não adiantou”, comenta.

Outra dificuldade para melhora do desempenho da balança em 2014, essa já esperada, é a queda de preço das commodities. Em alguns casos, como o da soja, o volume dos embarques compensou a redução de preços.  Os produtores brasileiros anteciparam o envio da soja para garantir os preços atuais, o que contribuiu para o volume elevado registrado no início do ano. Em fevereiro, por exemplo, foram embarcadas 2,79 milhões de toneladas, 190,7% mais que em igual período de 2013. A expectativa é que, em abril, maio e junho, com o início efetivo da safra, a quantidade cresça e garanta resultados superavitários para a balança, mesmo com a estiagem no Paraná e as chuvas em Mato Grosso provocarem redução na estimativa de colheita.

Segundo Robson Mafioletti, assessor da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e da Expedição Safra, projeto do setor privado que faz levantamentos sobre a safra de grãos, a aposta é que a projeção de embarque de aproximadamente 45 milhões de toneladas não sofrerá grande alteração. “Mesmo com essa quebra de safra, [a quantidade a ser exportada] é um pouco maior que a do ano anterior [que foi 43 milhões de toneladas]”, destacou. “Isso [a soja] deve garantir superávit para o meio do ano. Depois que acabar, é outro problema”, acrescenta José Augusto de Castro, da AEB. Ele lembra que, além do grão, o dólar valorizado pode dar fôlego às exportações. A alta da moeda norte-americana teve início em 2013, mas o efeito desse tipo de movimento na balança não é imediato.

A redução nas exportações brasileiras para Argentina e Venezuela, tradicionais parceiras comerciais, também deve afetar a balança em 2014. A Argentina enfrenta uma crise econômica e vem aplicando forte desoneração cambial. Na Venezuela, há temor dos exportadores em fechar negócio, pois tem havido atraso na liberação dos pagamentos. José Augusto de Castro, projeta perda de aproximadamente R$ 3 bilhões no caso da Argentina e R$ 1 bilhão em se tratando da Venezuela.

Ante tantas variáveis, não há definição sobre como fechará a conta das exportações e importações brasileiras este ano. A projeção oficial da AEB, ainda não alterada, é superávit de US$ 7,2 bilhões. No entanto, José Augusto de Castro acha difícil um resultado positivo nesse patamar. “Deve ser menor, podendo até ser déficit”, acredita. O consultor Walber Barral acredita que o país repetirá o desempenho de 2013. “A perspectiva é manter o quadro do ano passado. Provavelmente, um superávit muito pequeno”, prevê.

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
PPSA
Produção de petróleo da União atinge 99 mil bpd em setembro
13/11/24
Licitação
Programa TP 25: Transpetro abre resultado da licitação p...
11/11/24
Resultado
Petrobras divulga lucro de R$ 32,6 bilhões no 3º trimes...
08/11/24
Telecomunicações Offshore
NexusWave: Conectividade Marítima Confiável e Sem Interr...
07/11/24
Marinha do Brasil
Grupo EDGE amplia parceria com a Marinha do Brasil para ...
06/11/24
Certificação
Foresea recebe, pelo quarto ano seguido, certificação de...
06/11/24
E&P
ANP lança segunda fase do GeoMapsANP com novos dados e f...
06/11/24
BRANDED CONTENT
Estudo comprova eficiência do corte a plasma na manutenç...
02/11/24
Pré-Sal
FPSO Almirante Tamandaré chega ao Campo de Búzios
01/11/24
Pré-Sal
Com 3,681 de milhões de boe, pré-sal tem recorde de prod...
01/11/24
Pré-Sal
MODEC contribui com quase 40% da produção da Petrobras e...
01/11/24
E&P
Navio-sonda NORBE VIII, da Foresea, deixa Baía de Guanab...
01/11/24
Resultado
Maersk reporta resultados sólidos no terceiro trimestre ...
31/10/24
Negócio
Bunker One e Raízen firmam acordo de comercialização exc...
31/10/24
Resultado
No 3º Trimestre de 2024 a Petrobras produziu 2,7 milhões...
29/10/24
Logística
Omni Táxi Aéreo é selecionada pela Equinor Brasil para ...
28/10/24
Rio de Janeiro
Pequenos negócios do mar marcam presença em espaço do Se...
28/10/24
Oportunidade
Infotec Brasil abre processo seletivo com mais de 80 vag...
26/10/24
Pré-Sal
Unidade que irá produzir no Campo de Búzios, o FPSO Almi...
25/10/24
Margem Equatorial
Sem margem equatorial, Brasil pode ter que importar petr...
25/10/24
Rio de Janeiro
Porto de Itaguaí terá novo terminal de minério com leilã...
25/10/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.