América do Sul

Argentina pressiona Petrobras a elevar investimentos

Valor Econômico
20/04/2006 03:00
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Ante o temor de que a Argentina possa passar em poucos anos de exportador a importador de petróleo, a Petrobras está sendo pressionada pelo governo local a ampliar sua produção. Além da estatal brasileira, empresas como Repsol e Chevron vêm sendo acusadas diretamente por funcionários do governo de não investirem o suficiente, mas o principal executivo da companhia na Argentina negou ontem que sofra pressões e minimizou as críticas.

"Eu fico muito tranqüilo em relação à nossa posição", disse em entrevista coletiva Alberto Guimarães, diretor-geral executivo da Petrobras Energia, a filial argentina da estatal. Segundo ele, o discurso do governo não se aplica à empresa brasileira, que acabaria sendo criticada porque muitas vezes "para se defender uma tese é preciso generalizar".

Os ataques à empresa, porém, têm sido claros. No início deste mês, o ministro do Planejamento, Julio de Vido, afirmou ao jornal local "Página 12" que "há queda de reservas da Repsol YPF, Petrobras e Chevron, e elas têm de subi-las". "Vamos exigir o incremento das reservas", disse o ministro.

Um estudo da consultoria local Fiel publicado no último sábado pelo jornal "La Nación" forneceu detalhes sobre a redução na produção das grandes empresas. No caso da Petrobras, cuja maior parte da produção na Argentina vem de campos "maduros", no ano passado a redução em petróleo foi de 8,3%, e de 18% em gás. No geral, o estudo concluiu que nos nove primeiros meses de 2005 o corte na produção de petróleo foi de 5,2%, e de 1,5% na de gás, na comparação com o mesmo período do ano anterior. "O governo sabe perfeitamente dos nossos números", disse Guimarães, garantindo que as críticas que são feitas publicamente à Petrobras por funcionários do governo e por meio da imprensa não se repetem nos seus contatos privados com as autoridades.

Guimarães afirmou também não compartilhar a visão de que a Argentina está "destinada a ser importadora de petróleo" e prevê que neste ano a produção do insumo da Petrobras Energia no país, hoje da ordem de 110 mil barris de petróleo diários, deve crescer 4% e mais 10% em 2007. Para isso, os investimentos em produção previstos para 2006 são de US$ 260 milhões, sendo que US$ 40 milhões serão aplicados em exploração. O plano de investimentos prevê US$ 1,9 bilhão para todas as áreas da empresa na Argentina até 2010.

O diretor afirmou que a soma destinada a exploração poderá ser ampliada, dependendo das oportunidades que apareçam para a empresa. "A Petrobras está ansiosa por fazer mais explorações", disse Guimarães. Segundo ele, o número de projetos novos é limitado porque a licitação de áreas de exploração em terra compete aos governos provinciais, e poucas áreas têm sido disponibilizadas. A empresa também fechou um acordo para explorar petróleo no mar argentino junto com a Repsol e a estatal de energia Enarsa, mas o trabalho ainda está em fase preliminar.

Guimarães considerou que o panorama para a empresa é positivo e ressaltou o crescimento da companhia desde o ingresso no mercado argentino com a aquisição da Pecom, em 2002. No segmento de vendas de combustível, a Petrobras é hoje a terceira maior empresa do país e desde o desembarque na Argentina incrementou sua participação de mercado de 10,5% para 14,3%.

O executivo em nenhum momento criticou o governo e considerou que "a empresa tem de se adaptar à realidade do país", referindo-se aos altos impostos que são cobrados sobre a exportação de petróleo. As petroleiras instaladas na Argentina pagam um imposto progressivo sobre as vendas externas de petróleo e derivados e, com os valores atuais do barril, 45% da receita com as exportações vai para os cofres públicos. O sistema de tributação é apontado como um dos fatores que desestimula a exploração de novas áreas.

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