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ArcelorMittal monta base no Brasil

Valor Econômico
05/02/2009 05:10
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José Francisco Martins Viveiros, executivo da gigante siderúrgica ArcelorMittal, acaba de trocar Londres, onde cuidava das operações de minério de ferro da companhia em âmbito mundial, por Belo Horizonte. Mineiro que é, está satisfeito de voltar a sua terra para presidir a ArcelorMittal Serra Azul, empresa que opera a mina adquirida da London Mining por US$ 810 milhões, em julho de 2008. Viveiros será substituído no cargo global pelo canadense Peter Kukielski, oriundo da mineradora TechCominco.

 


No Brasil, ele terá a missão de gerir os ativos de minério de ferro da companhia, dentro da estratégia do grupo de ter no médio e longo prazo 70% de suprimento desta matéria-prima de minas próprias. Hoje, detém 45% do minério de ferro que alimenta suas usinas no mundo. Viveiros disse que, apesar da crise global, a ArcelorMittal não abandonou esta meta. “Nossa estratégia não mudou. Apenas a velocidade de aquisição e investimento desses ativos será menor”.

 

Sob a responsabilidade do executivo estará também um projeto de exploração de reservas de ferro e manganês da Mineração Pirâmide Participações (MPP), de Corumbá (MS), adquirido em agosto passado. O grupo comprou ainda direitos de pesquisa de áreas no norte da Bahia, perto da divisa com Pernambuco. Um contrato de pesquisa foi assinado com a Companhia Baiana de Pesquisas Minerais.

 

A mina Serra Azul será o embrião dessas atividades do grupo. Viveiros projeta uma produção de 3,5 milhões de toneladas neste ano, com exportação de 2,1 milhões de toneladas para as usinas da ArcelorMittal. O grupo tem mantido a decisão de corte de 35% da sua produção de aço com a crise global. Em princípio, Serra Azul será expandida, mas isso vai depender do nível de preço do minério que o mercado possa enxergar no longo prazo para viabilizar o projeto. Ele avalia que um dólar por unidade metálica seca-dmtu, algo correspondente a US$ 60 a tonelada, no longo prazo é necessário para viabilizar o projeto. “Se não tivermos a visão de um preço pelo menos nesta faixa, esses projetos não conseguem decolar. Estávamos num patamar muito alto, agora não sabemos o que vem pela frente”, afirmou o executivo.

 


Para ele, com a turbulência da crise, que derrubou o mercado de commodities, agora vive-se um período de total incerteza. Como o ciclo de alta das commodities chegou sem ninguém esperar, também todo mundo foi apanhado de surpresa pelo seu fim. “A conclusão: não temos instrumentos para medir e prever o que vai acontecer”.

 

Viveiros, um ex-executivo da Vale, está preocupado com a logística da área de minério de ferro da ArcelorMittal. O grupo teve vetado pelo governo dio Rio seu projeto de terminal de embarque feito em sociedade com a Brazore, braço brasileiro da mineradora canadense Adriana Resources. A ArcelorMittal tem 80% desta sociedade cujo acordo final ainda não foi assinado. O terminal seria construído na baía de Sepetiba, na região de Itacuruçá, e foi recusado com outros dois terminais de grupos estrangeiras - o da BHP Billiton e o da Ferrous Brasil Resources, ambos na mesma região.

 

A Secretaria de Desenvolvimento do Estado do Rio, com base numa matriz de critérios vetou estes projetos considerados inviáveis do ponto de vista ambiental, econômico e social. Viveiros disse que não entendeu o veto.

 

No momento, a ArcelorMittal Serra Azul está exportando o seu minério pelo terminal da Vale. O executivo garantiu que não vai deixar de buscar uma saída para exportar seu próprio minério pelo litoral fluminense, servido pela ferrovia MRS. “Podemos disputar a licitação para construção e operação do terminal da Docas do Rio, como foi sugerido pelo governo, mas ela tem de acontecer”.

 

Mas disse que gostaria de saber porque o trâmite do veto não seguiram o processo normal de exigência de EIA-RIMA. “Vamos aguardar os desdobramentos”.

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