Depois de a Usiminas e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) retirarem os descontos praticados para o setor de distribuição de aço, o que na prática resultou em aumentos de cerca de 10% no aço plano, a ArcelorMittal está acompanhando o movimento das
Jornal do CommercioDepois de a Usiminas e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) retirarem os descontos praticados para o setor de distribuição de aço, o que na prática resultou em aumentos de cerca de 10% no aço plano, a ArcelorMittal está acompanhando o movimento das concorrentes. Segundo Christiano da Cunha Freire, presidente da Frefer, segunda maior distribuidora independente do País, a ArcelorMittal está negociando com seus clientes da distribuição a retirada de descontos para o setor até o fim deste mês, também por volta de 10%.
Os distribuidores representam cerca de um terço das vendas de aço no Brasil e atendem à pequena e média indústria. Procurada pela reportagem, a ArcelorMittal não comentou o assunto. A temporada de reajustes está sendo sustentada pela recuperação dos preços do aço no mercado externo. Em março, o preço da bobina a quente estava por volta de US$ 430 por tonelada, mas atualmente está próximo de US$ 600 por tonelada. demanda. A retomada gradual da demanda no mercado doméstico também favorece as altas. Em agosto, os estoques da distribuição chegaram a 761,8 mil toneladas, queda de 5,4% em relação ao mês anterior. Isso equivale a 2,3 meses de consumo, nível inferior à média histórica de 2,6 meses de estoques, segundo dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda).
Segundo Freire, que é ex-presidente do Inda, a distribuição está sendo alvo desses reajustes porque foi o setor que apresentou maiores quedas de preço durante o auge da crise. Agora, é o primeiro setor a refletir a melhora do mercado. O movimento gerou polêmica no mercado nas últimas semanas. O governo, que em junho concedeu o retorno das alíquotas de importação de aço, ameaça retirar a proteção ao produto nacional para conter os aumentos de preço.
Representadas pelo Instituto Aço Brasil (IABr), novo nome do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), as siderúrgicas argumentam que a retirada da alíquota coloca em risco os programas de investimento das empresas. Em recente entrevista, o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, confirmou que a empresa está elevando os preços do aço plano em cerca de 10%, mas destacou que não houve nenhuma alta para os grandes clientes que compram aço diretamente da usina, como montadoras e fabricantes da linha branca. REAJUSTES. Estes reajustes estão sendo negociados e devem ser anunciados apenas após dezembro, a depender do comportamento do mercado, de acordo com o executivo. Os clientes de menor porte, como os fabricantes de autopeças, já manifestaram publicamente seu repúdio aos reajustes e afirmaram que a alta será repassada ao consumidor final. O setor de linha branca também pretende fazer o mesmo. Ambos estão preocupados com o fim dos descontos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que também deve provocar uma alta no preço final.
No caso do setor automotivo, a isenção do IPI termina no fim de setembro. A partir de outubro, o imposto sobe gradualmente até chegar à alíquota cheia. Para a linha branca, o imposto volta aos níveis usuais a partir de 31 de outubro. Em entrevista concedida no início do mês, o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, disse estar preocupado com o aumento do preço do aço neste momento, o que estaria gerando pressão nos custos das montadoras e poderia impactar os preços dos veículos mais à frente. Ele citou também o retorno gradual do IPI, cuja isenção termina no fim de setembro, e a debilidade das exportações de veículos.
A alta dos preços é uma tendência no setor de aços planos, usado na indústria automotiva e linha branca, mas ainda não ocorreu no setor de longos, aplicados na construção civil.
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