Internacional

Aquisição da Unocal capacitará estatal chinesa para investir no Brasil

Segundo consultores, tecnologia da operadora independente americana removerá um dos últimos obstáculos para a expansão internacional da CNOOC. Experiência e quadros da Unocal em E&P abriria as portas da estatal para investimentos em mercados promissores e abertos como o Brasil.


10/01/2005 02:00
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Os rumores de compra da petroleira independente americana Unocal pela estatal asiática China National Offshore Oil Corp. (CNOOC) representa apenas um dos primeiros passos de um já iniciado processo de expansão mundial das operadoras estatais de petróleo de países emergentes. Na avaliação de alguns dos principais analistas do setor, se confirmada nos próximos dias, tal operação também deverá resultar em movimentos importantes até mesmo no mercado brasileiro de petróleo, que poderá receber investimentos na aquisição de blocos exploratórios pela companhia chinesa.
Na avaliação desses mesmos especialistas, o mercado mundial de petróleo testemunhou nos últimos anos a ascensão das operadoras de países emergentes, que passaram a dividir espaço e importância com as gigantes anglo-americanas do setor, como Shell, BP, ExxonMobil e ChevronTexaco. Respaldadas por governos de países como China, Índia e Malásia, essas empresas passaram a disputar com as chamadas majors mercados no segmento de exploração e produção (E&P) como Oriente Médio, Norte da África e Extremo Oriente.
O consultor Jean Paul Prates, da consultoria Expetro Internacional, afirma que, se confirmada, a aquisição da Unocal pela CNOOC permitirá a remoção de um dos últimos obstáculos para a expansão internacional da companhia chinesa, representado pela defasagem tecnológica. Entre os ativos a serem incorporados com a Unocal, um deles certamente será o capital tecnológico acumulado pela companhia independente, atualmente listada na 9ª colocação no ranking americano, pelo critério de reservas.
Turbinada pela aquisição, a CNOOC poderá começar a participar, por exemplo, das rodadas de licitação de áreas promovidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Se não neste ano, diz Prates, isso já poderá ocorrer a partir de 2006 ou 2007, quando já houver completada a suposta fusão de ativos. "Hoje isso não se mostra possível pela falta de experiência da CNOOC no segmento de E&P", justifica o consultor, que identifica em tal movimento a continuidade de um processo iniciado por companhias estatais como a Petroleos de Venezuela S.A (PDVSA), que hoje detém uma rede postos nos Estados Unidos (Citgo), e a própria Petrobras.
Na década de 1970, justifica Prates, a Petrobras criou a Baspetro, sua subsidiária internacional - hoje incorporada à diretoria Internacional da holding -, com objetivo de abastecer o mercado brasileiro com petróleo descoberto no exterior. Um movimento, segundo ele, semelhante ao adotado pela operadora estatal chinesa com a possível compra da Unocal.
Na última sexta-feira, a estatal National Oil Corporation (NOC), da Índia, anunciou um acordo com o governo do Irã que também representa um movimento de expansão de investimentos no exterior. Pelo acordo, formalizado com a National Iranian Oil Co. (Nioc), a empresa importará gás natural liqüefeito (GNL) daquele país pelos próximos 25 anos, a partir de 2009. O acordo também prevê o desenvolvimento de três campos de petróleo no Irã, o segundo maior exportador da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) depois da Arábia Saudita.
Segundo analistas internacionais do setor, o movimento dessas empresas marca um novo momento no mercado mundial de petróleo, em que as gigantes internacionais terão que dividir oportunidades com as estatais de países emergentes. Dependendo da situação, advertem, essas oportunidades poderão até ser abocanhadas integralmente pelas operadoras nacionais, que se favorecem da condição de estatais. Sem as restrições de desembolsos impostas por acionistas minoritários, justificam, as emergentes se vêem com maior margem de manobra para aproveitar tais oportunidades.
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