A greve no Porto de Santos chegou ao fim. Após quase 30 horas de paralisação, os trabalhadores portuários avulsos, os estivadores, decidiram retornar as atividades às 19 horas de ontem (15). O movimento foi organizado pelo Sindicato dos Estivadores contra alguns itens da Medida Provisória (MP) 595 que tratavam da mão de obra nos terminais privativos. A emenda que estabelecia a contratação de portuários ligados aos Orgãos Gestores de Mão de Obra (Ogmos) nos portos privados foi rejeitada.
"Entendo que a contratação dos trabalhadores somente em portos públicos é um prejuízo a categoria. Vamos entrar com uma medida judicial no Supremo visando garantir a presença deles também nos portos privados", disse o presidente do Sindicato dos Estivadores, Rodnei Oliveira, o Nei. Eles aguardam a votação dos restantes das emendas à MP 595 na Câmara e votação do documento no Senado.
"Dependendo do resultado na Câmara e no Senado vamos organizar uma mobilização nacional", afirmou Nei. O Sindicato dos Estivadores convocará uma assembleia para a próxima segunda-feira (20). A reunião deverá acontecer pela manhã.
Balanço
Na tarde de quarta-feira, das 30 embarcações atracadas no Porto de Santos, 10 ficaram tiveram as operações paralisadas devido à greve dos estivadores, segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Os navios de contêineres foram os mais prejudicados pois dependem mais de mão de obra humana. Cargueiros de soja, açúcar e combustíveis são menos afetados pela paralisação.
Ainda de acordo com a Codesp, no final do dia 45 navios aguardavam para entrar no Porto de Santos, um número abaixo da média, que é de 70 embarcações na fila. O complexo santista recebe, em média, de 15 a 20 novos navios por dia.