Valor Econômico
O governo venezuelano ampliou ontem o racionamento de energia no país. Além das medidas já anunciadas, que incluem redução do fornecimento a empresas, agora haverá cortes de energia escalonados, com duração de quatro horas, que afetarão, dia sim dia não, todas as regiões do país.
A medida, segundo o ministro de Energia, Angél Rodríguez, é necessária para evitar que o nível do reservatório da hidrelétrica de Guri (que responde por 70% da energia elétrica consumida no país) não caia ainda mais, o que poderia provocar um colapso generalizado no abastecimento. O nível do reservatório vem baixando devido a uma forte seca.
"Estamos tratando de evitar que [a seca em] Guri nos leve a uma situação bem crítica, um apagão geral do país", disse.
Os cortes devem começar hoje pela capital, Caracas. Economistas dizem que isso vai afundar o país numa recessão ainda mais severa. A economia teve contração de 2,9% no ano passado, um dos piores resultados da América Latina.
Com o intuito de reduzir o consumo por parte da máquina estatal, o governo decidiu ainda limitar o horário de trabalho do funcionalismo público. O expediente passa a ser das 8h às 13h. O Ministério de Educação Superior criará um grupo de "brigadas voluntárias" para fiscalizar o cumprimento do novo horário.
Em dezembro, o governo já havia determinado uma diminuição do horário de funcionamento de lojas e shoppings, e a que indústrias, comércio e conjuntos residenciais baixassem seu consumo em 20% do consumo de energia.
Para críticos do presidente Hugo Chávez, o governo é o culpado pela crise energética porque, apesar da elevada receita com o petróleo nos últimos anos, não investiu o suficiente para garantir que a geração de energia desse conta do aumento da demanda. Chávez admite que houve erros estratégicos no setor "nos últimos 40 anos".
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