Dados sobre perfuração de poços da Agência Nacional de Petróleo (ANP) apontam a possibilidade de um terceiro poço seco no pré-sal da Bacia de Santos, o primeiro a ter como operadora a Petrobras. Concessionária integral do bloco BM-S-17, localizado a sudoeste do Campo de Tupi, a estatal teria concluído o trabalho exploratório no último dia 11, de acordo com os dados da agência. Pela legislação, descobertas têm de obrigatoriamente ser informadas no prazo de 72 horas.
De acordo com relatório da atualização mensal de poços, a sonda Paulo Wolf, da empresa Noble, que estava perfurando o poço, foi retirada do reservatório após a conclusão dos trabalhos e transferida para novas perfurações no BM-S-11, onde estão localizados Tupi e Iara. "A operadora tem de informar imediatamente. Não pode passar tempo", afirma o geólogo Giuseppe Baccocoli. Ele analisou o caso apenas em tese, já que alegou não estar acompanhando de perto a situação do BM-S-17.
Outro geólogo, que preferiu não se identificar, lembrou que corrobora a tese de poço seco o fato de a plataforma já ter seguido para outra locação. "Isso só reforça a tese de que não há risco zero. Não há 100% de certeza sobre onde pode ser perfurado um poço", comentou o geólogo, criticando a postura assumida pelo governo federal de defender que há um índice de 100% de sucesso no pré-sal e que isso reduziria os riscos para o investidor.
A Petrobras não confirma que o poço no BM-S-17 resultou seco. De acordo com a estatal, a sonda continua na mesma locação, embora os dados da ANP informem o deslocamento. Por meio de sua assessoria de imprensa, a estatal informou que foi necessário reiniciar a perfuração do poço por questões operacionais. "Nestes casos a ANP considera o poço como concluído e muda a sigla, substituindo o A pelo B na nomenclatura.