OTC Brasil 2019

ANP apresenta estudo no Norte e Nordeste para segunda rodada de oferta permanente

Redação/Assessoria
01/11/2019 01:12
ANP apresenta estudo no Norte e Nordeste para segunda rodada de oferta permanente Imagem: Divulgação Visualizações: 324 (0) (0) (0) (0)

O último dia da OTC Brasil 2019 começou com a superintendente de exploração da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Marina Abelha Ferreira, anunciando os estudos para uma segunda rodada de ofertas permanentes, com a adição de novas áreas, muitas em terra, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Segundo ela, enquanto as reservas provadas de gás no pré-sal aumentaram 53% nos últimos dois anos, em terra, houve um incremento de apenas 7%.

Na abertura do painel sobre regulação do mercado de gás, a superintendente da ANP disse que hoje 167 campos em 13 bacias produzem gás no país. A maior parte do gás produzido, porém, não está disponível para o mercado, seja pelas características da produção, seja pela falta de infraestrutura para escoamento. "Isso é um grande desafio", resumiu, lembrando que na Bacia de Santos, onde ocorre a maior parte da produção, apenas no campo de Mexilhão a produção de gás não está associada à de óleo.

Institucional

No mesmo painel, a gerente de reservas da Equinor, Maria Clara Costa, falou sobre os sucessos da companhia no aumento da taxa de recuperação de petróleo e gás. A empresa conseguiu ampliar a recuperação de óleo para 50% e planeja alcançar 60% até 2045. No gás, a recuperação está em 77% e a ambição é chegar a 85%. "Isso pode adicionar US$ 7,5 bilhões de valor à companhia", disse, frisando que a Equinor também trabalha para reduzir os custos de produção.

Em outro painel, Francisco Francilmar, diretor de operações da PetroRio, falou sobre o potencial dos campos maduros e lembrou que a companhia foi uma das primeiras a despertar para essa oportunidade. Da mesma forma que a executiva da Equinor, ele destacou, porém, a importância de reduzir os custos operacionais por barril que, no Brasil, são mais que o dobro da Noruega.

Ao lado de representantes da indústria, de operadoras e de fornecedores, o executivo participou de um painel sobre os desafios para o desenvolvimento de projetos de engenharia.

O gerente de Desenvolvimento de Mercado da empresa de engenharia Genesis, Luiz Octavio Bandeira, chamou atenção para as oportunidades que existem em campos já em operação e não apenas em projetos greenfield (novos).

Ele destacou o aprendizado do setor nos últimos anos e características comportamentais que têm ajudado a empresa a atuar em projetos com parceiros de vários países, mas chamou atenção para a forte dependência de pessoas, ou seja, para a necessidade de maior organização e processos para sistematizar os conhecimentos.

O gerente de tecnologia da SBM Offshore, Guilherme Pinto, destacou a importância de desenvolver clusters de fornecedores, com capacidade de design de projetos, engenharia, conhecimento de regulação e execução no mesmo local. Isso, segundo ele, é essencial para convencer um fornecedor ou operador estrangeiro a executar um projeto no país. "Tenho conversado com centenas de empresas de engenharia no país e é surpreendente como, além de muito boas, elas estão muito integradas com o mercado global, com o que se faz no setor", explicou.

Com novo laboratório, Petrobras aposta em ecossistema de inovação

Nicolás Simone, diretor de transformação digital e inovação da Petrobras, foi o último palestrante da série de cafés da manhã que abriram a programação dos três dias da OTC Brasil 2019. Ele destacou a busca da companhia por soluções disruptivas e reforçou o interesse da estatal na integração com o ecossistema de inovação, de fornecedores, startups e também funcionários da própria companhia com boas ideias.

Para isso, a operadora está inaugurando um novo laboratório no Cenpes, o Corporate Lab, cujo foco vai muito além do desenvolvimento de projetos de engenharia. "Queremos o máximo do ecossistema de startup. Desenvolver a cadeia de valor de petróleo e gás e renovar a cultura interna", afirmou, frisando que inovações podem ocorrer nas áreas financeira e legal com o uso de inteligência artificial, por exemplo. "Estamos procurando por startups dentro da companhia também. Às vezes, tem um grupo de pessoas na empresa com boas ideias. Podemos aproveitá-las", completou.

A OTC Brasil conta com o patrocínio da Petrobras, Equinor, ExxonMobil, Shell, BP, Chevron, Petrogal, Total, Repsol Sinopec, TechnipFMC, Vallourec, PetroRio, Aker Solutions, Frank's International, Maha Energy Brasil, Shawcor, Solvay, Halliburton, Enauta e MOL.

 

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