Valor Econômico
A ministra das Minas e Energia, Dilma Roussef, que assumirá hoje o cargo de ministra da Casa Civil, disse ontem, em Assunção, que o anel energético planejado pelos países sul-americanos será "uma força de atração" para o desenvolvimento dos mercados de energia na região.
O projeto, que prevê a construção de gasoduto de 1.200 quilômetros do Peru ao norte do Chile, interligado às redes de distribuição de Brasil, Argentina e Uruguai, foi um dos principais pontos de discussão na reunião de cúpula realizada no Paraguai.
O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, que assumiu a presidencia pro-tempore do Mercosul, disse que seu desenvolvimento será uma das prioridades do bloco no semestre.
"Antes olhavam para o gás da América Latina e diziam: vamos exportar para os EUA. Agora, você olha para esse gás e diz: vamos deixar no mercado latino-americano, que tem potencial de consumo", afirmou a ministra.
Uma reunião de ministros da área energética dos países envolvidos está marcada para amanhã na sede do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em Washington. A idéia de construção do anel energético surgiu a partir dos problemas ocorridos com o suprimento da Bolívia, que tem as maiores reservas do continente depois da Venezuela.
As autoridades bolivianas também foram convidadas para o encontro em Washington. Não se sabe, entretanto, como o país andino poderá participar concretamente, já que sua política de combustíveis está indefinida e o governo de La Paz deve rejeitar qualquer projeto de integração com o Chile, devido à reivindicação boliviana de uma saída ao mar.
Sobre a crise na Bolívia, Dilma disse que o governo brasileiro, por meio da Petrobras, não realizará novos investimentos no país enquanto o cenário permanecer instável, mas relativizou a correlação entre os problemas com o abastecimento do gás e a situação política. "Ninguém abre mão do gás por causa da instabilidade, se fosse assim não haveria consumo nos EUA do gás do Oriente Médio."
Fale Conosco
22