Investimentos

Analistas mantêm otimismo com retornos da Petrobras

Valor Econômico
09/03/2005 03:00
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Após a Petrobras ter divulgado lucro de R$ 17,9 bilhões em 2004 e investimentos recordes de cerca de R$ 30 bilhões para 2005, os analistas do setor revisam suas projeções, mas já adiantam que a recomendação continua sendo de compra para o papel.
Nem mesmo a valorização do petróleo no mercado internacional - e uma eventual demora em repassá-la para os preços internos - parece preocupar os profissionais. José Francisco Cataldo, chefe de análise da ABN Amro Corretora, diz que a tendência é que a Petrobras segure os preços por algum tempo e só promova aumentos se a alta se sustentar no longo prazo.
Mônica Araújo, analista da BES Securities, lembra que os preços internos começaram o ano acima dos internacionais, mas que a alta do petróleo nos últimos dois meses eliminou essa vantagem. "A empresa não tem uma política clara com relação a seus dois principais produtos, mas os fundamentos são bons e a nossa recomendação é de compra", diz.
Oswaldo Telles Filho, do Banif Investment Banking, afirma que o preço do petróleo se estabilizou em níveis altos, mas diz que esse quadro deve perdurar por pouco tempo e, portanto, não deve afetar os preços internos de derivados como a gasolina e o diesel. "É difícil precisar quando, mas a queda do preço do petróleo virá ainda neste ano", diz. "A Petrobras deixou de obter receita ao demorar para elevar os preços em 2004, mas a lentidão em baixá-los em 2005 deve favorecer a empresa", acrescenta.
Para o analista, a companhia deve registrar lucro líquido muito próximo do apresentado no ano passado, mas o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve ser maior, alcançando R$ 38 bilhões em 2005, ante R$ 36 bilhões registrados no ano passado. A equipe do Banif projeta preço alvo de R$ 162,00 para as ações preferenciais (sem direito a voto), um potencial de alta de cerca de 40% sobre o fechamento de ontem, em torno de R$ 114,00, por ação.
Mônica, da BES Securities, prevê um cenário diferente de 2004, quando problemas operacionais prejudicaram o crescimento da produção da Petrobras. A analista estima um aumento de 10% a 13% do nível de produção doméstica em 2005, o que deve ajudar a companhia a baixar custos e incrementar suas exportações. "Estamos reavaliando o preço alvo do papel", diz.
Marcos Paulo Fernandes Pereira, analista da Socopa, avalia que os próximos dois anos serão de crescimento do volume produzido pela empresa, o que deve favorecer o desempenho das ações em bolsa. Para o analista, porém, o cenário de pressões para repasses de preços ficou para trás. "Após o reajuste do ano passado, o petróleo caiu, fazendo com que os preços aqui ficassem sobrevalorizados", diz. "Isso cria um colchão para a empresa e afasta a volatilidade dos preços ao consumidor final", acrescenta.
Cataldo, da ABN Amro Corretora, afirma que, mesmo após a revisão do papel, que será feita pela corretora nos próximos dias, o preço alvo das ações preferenciais não deve ficar muito distante dos R$ 141,42 por ação projetados atualmente. O valor representa um potencial de alta de cerca de 24% sobre o fechamento de ontem. "As despesas a mais com o plano de previdência dos funcionários da Petrobras devem ser levadas em conta na revisão, mas não devem prejudicar muito as projeções", afirma, em referência ao pagamento de parte do déficit atuarial do plano de previdência complementar de seus empregados (Petros), calculado em R$ 5,3 bilhões.
Em relatório direcionado a seus clientes, a equipe do UBS afirma que, sobre as expectativas conservadoras em relação aos preços internos, as projeções são de forte valorização para as ações. Entre as preferenciais, o preço alvo é R$ 186,76, por ação, ou potencial de alta de cerca de 63% sobre o fechamento do preço de ontem. Para os seus ADRs - recibos de ações de empresas estrangeiras negociados em Nova York - o banco aumentou o preço alvo em 53%, de US$ 44,66 para US$ 68,25.

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