Petróleo
Gazeta Online (ES)
Em meio ao intenso debate sobre as mudanças propostas pelo projeto do novo marco regulatório do pré-sal e, também, à polêmica da distribuição dos royalties, executivos da petroleira norte-americana Anadarko se reuniram ontem com o governador Paulo Hartung para falar dos projetos da empresa no Litoral Sul do Espírito Santo.
A Anadarko foi a primeira empresa privada a descobrir petróleo na camada do pré-sal, na parte capixaba da Bacia de Campos. A primeira descoberta foi feita em 2008 e no campo que foi batizado de Wahoo, no bloco BM-C-30, que fica próximo ao Parque das Baleias, no Litoral Sul. No final do ano passado, a empresa anunciou a descoberta de petróleo no segundo poço perfurado no mesmo bloco.
Ontem, depois da reunião com o governador, o presidente da Anadarko no Brasil, Roberto Abib afirmou que a empresa está definindo a data para iniciar a perfuração do terceiro poço, no mesmo bloco. A partir dessa etapa, será possível para a petroleira definir um plano de desenvolvimento para o bloco que significará, inclusive, a declaração de comercialidade do mesmo.
Muito cauteloso com todas as informações referentes ao bloco e à atuação da companhia no Brasil, Abib informou que, somente depois dos resultados dos testes de curta duração dos três poços, será possível delimitar com mais precisão a reserva do bloco.
No primeiro poço perfurado, a Anadarko já realizou o primeiro teste de curta duração e constatou uma reserva provável de 300 milhões de barris de petróleo. O teste mostrou uma capacidade de produção de 15 mil barris por dia, somente nesse poço. Nos próximos meses, a empresa espera iniciar o mesmo teste no poço dois, além de começar, também, a perfuração do terceiro poço, mais ao sul de onde foi perfurado o primeiro.
Abib explicou que, desde 1999, quando a empresa chegou ao Brasil, já foram investidos US$ 500 milhões no país, sendo boa parte nos dois blocos no Litoral Sul do Estado. Ele não quis informar quanto será investido neste ano, ou nos próximos anos, e o números de empregos que serão criados.
Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento, Márcio Félix Bezerra, que participou da reunião, a chegada de mais uma companhia petroleira ao litoral do Estado é importante porque consolida a área do pré-sal, mesmo ainda com toda a discussão do novo marco regulatório. “Essas áreas já foram concedidas e as descobertas estão acontecendo, independente de nova legislação”, afirmou ele.
O bloco BM-C-30, onde a petroleira norte-americana fez o teste de curta duração no pré-sal, tem sua participação dividida entre quatro empresas: a própria Anadarko (30%) que é também a operadora; Devon (25%), que no final do ano passado vendeu todas as participações que tinha em blocos brasileiros para a inglesa British Petroleum; a indiana IBV (25%); e a empresa SK (20%), da Coreia do Sul.
A empresa tem participação em outros blocos nas Bacias de Campos e também do Espírito Santo, onde já existe perfuração no pós-sal e descoberta já anunciada.
Governo tenta votar MPs do pré-sal até 20 de maio
Brasília
A missão da base governista no Senado, esta semana, é a de limpar a pauta do plenário, trancada por duas medidas provisórias (MP’s) com prazo constitucional de votação vencido. Após essa etapa, os senadores se debruçarão sobre um desafio maior: votar até o dia 20 de maio os quatro projetos que tratam do marco regulatório do pré-sal.
Dia 20 é a data com que o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), trabalha como prazo para votar os quatro textos no Senado. Como os projetos sofrerão alterações no Senado, voltarão para análise da Câmara.
O ideal para o governo seria ver todos os projetos prontos para sanção antes das eleições. Na quinta-feira, o presidente Lula deverá receber no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) os líderes da base no Senado para alertá-los sobre a importância da aprovação dos projetos.
Jucá tentará, após esta conversa com o presidente, selar um acordo com a oposição para votar primeiro o projeto de capitalização da Petrobras, o que mais interessa, neste momento, ao mercado financeiro.
Mas, se não conseguir acordo, respeitará a ordem de chegada das propostas: primeiro, a que cria a Petro-Sal; em segundo, a que institui um Fundo Social com parte dos lucros da exploração; depois, o projeto de capitalização da Petrobras; e, por último, o que altera o modelo de exploração de concessão para o regime de partilha.
Os senadores da oposição - DEM e PSDB - são contra o regime de urgência para a votação dos projetos.
Fonte: Gazeta Online(Vitória)/ES/Denise
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