Bolívia

Amorim quer mais prazo para negociar

Chanceler diz que o Brasil não aceitará decisões unilaterais e arbitrárias por parte da Bolívia. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ontem que o Brasil não aceitará decisões "unilaterais e arbitrárias" do governo da Bolívia nas negociações com as empresas – entre e

Gazeta Mercantil
25/10/2006 00:00
Visualizações: 224

Chanceler diz que o Brasil não aceitará decisões unilaterais e arbitrárias por parte da Bolívia. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ontem que o Brasil não aceitará decisões "unilaterais e arbitrárias" do governo da Bolívia nas negociações com as empresas – entre elas, a Petrobras – que atuam no setores de petróleo e gás natural naquele país. O chanceler defendeu a flexibilização do prazo estipulado pelo presidente boliviano, Evo Morales, para o término das negociações. O prazo acaba no sábado. A posição do Itamaraty está em linha com a manifestada por Marco Aurélio Garcia.

Coordenador da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e presidente em exercício do PT, Garcia declarou anteontem que o governo brasileiro não aceitará "ultimatos" da Bolívia. Em sintonia com a Petrobras, acrescentou que a estatal recorrerá à arbitragem internacional, se necessário, para receber indenizações por investimentos realizados no país vizinho e por eventual expropriação de seus ativos. Apesar das declarações, integrantes do governo brasileiro nutrem esperança de desfecho negociado para o caso.

Autoridades da Bolívia têm reiterado que o prazo não será prorrogado, como gostaria Amorim. O presidente Lula pode, portanto, se deparar com uma nova crise diplomática e econômica ainda no sábado, com a disputa eleitoral em ebulição. Ontem, o chanceler brasileiro reconheceu que a oposição pode usar o fato para tentar desgastar a candidatura do presidente e beneficiar o tucano Geraldo Alckmin, cerca de 20 pontos percentuais atrás do presidente Lula nas pesquisas de intenção de voto. "A oposição vai sempre tentar fazer tudo com qualquer assunto. O eleitor acreditar nisso é outra coisa."

O chanceler revelou que conversou nesta semana com o chefe da Casa Civil do governo boliviano, Ramon Quintana. O diálogo teria ocorrido em tom amigável. Segundo Amorim, a mensagem de que não pode haver decisão unilateral foi transmitida ao ministro de Morales. Quintana não teria se comprometido a flexibilizar o prazo nem transmitido um ultimato ao governo brasileiro. O chanceler voltou a garantir que o Brasil não passará a ameaçar ou retaliar a Bolívia. Manterá um diálogo a fim de fazer "a firme defesa de seus interesses" e procurar um acordo que agrade aos dois lados.

"As pessoas não podem ficar escravas de prazos, mas, se puder resolver até o dia 28, ótimo" declarou Amorim. "As negociações precisam de tempo porque se vai verificando detalhes e as pessoas vão vendo as coisas de maneira mais completa. Não tem nada a ver com as eleições brasileiras".

Amorim voltou a defender a Petrobras, acusada por integrantes do governo boliviano de operar de forma ilegal para obter grandes lucros.

"Tenho certeza que a Petrobras trabalha bem, e não de maneira fraudulenta. Falar é fácil, a questão é provar".

Representantes do Itamaraty, Ministério de Minas e Energia e Petrobras viajaram à Bolívia para negociar com autoridades do governo Evo Morales e executivos da estatal Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB). No dia 1º de maio, Morales publicou decreto que determinou a nacionalização das reservas naturais e da exploração de petróleo e gás natural do país até sábado. Morales enfrenta pressão da opinião pública boliviana para cumprir o prazo. A população apoiou a nacionalização em referendo realizado no ano passado.

Fonte: Gazeta Mercantil

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Biodiesel
ANP reúne representantes de laboratórios para discussões...
17/12/25
Pré-Sal
Cerimônia marca início da produção do campo de Bacalhau,...
17/12/25
Logística
Santos Brasil recebe autorização para operar com capacid...
16/12/25
Indicadores
ETANOL/CEPEA: Indicadores são os maiores da safra 25/26
16/12/25
Sergipe
Projeto Sergipe Águas Profundas reforça expansão da ofer...
15/12/25
Etanol
Hidratado sobe pela 9ª semana seguida
15/12/25
Meio Ambiente
Shell Brasil, Petrobras e CCARBON/USP lançam o Carbon Co...
12/12/25
Energia Solar
Desafios de topografia na geração de energia solar: conh...
12/12/25
Oferta Permanente
Seminário da ANP apresenta informações sobre a Oferta Pe...
12/12/25
Drilling
SLB conclui a construção do primeiro poço de injeção de ...
12/12/25
Drilling
Shell assina contrato com a Valaris para uso de sonda of...
12/12/25
Royalties
Estudo revela proporção de royalties na receita municipa...
12/12/25
Sergipe Oil & Gas 2026
SOG26 destaca Sergipe como nova fronteira na produção de...
12/12/25
Biocombustíveis
Sessão especial celebra 8 anos do RenovaBio e reforça su...
12/12/25
Navegação Interior
A Revolução Livre de Graxa no setor de embarcações de se...
12/12/25
Reconhecimento
IBP conquista novamente o "Oscar dos Eventos" com a ROG....
11/12/25
Firjan
Rio pode ganhar mais 676 mil empregos com estímulo a 9 n...
10/12/25
Reconhecimento
Programa Nacional de Transparência Pública concede certi...
10/12/25
Combustíveis
Com novo aumento do ICMS para 2026, impacto nos preços d...
10/12/25
PPSA
Contratos de partilha vão produzir 2 milhões de barris a...
10/12/25
Logística
Transpetro amplia atuação logística com integração da PB...
09/12/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.