Redação TN Petróleo/Assessoria
Relatório de tendências para o setor elaborado pela S&P Global Platts Analytics aponta preços do polietileno, polipropileno e PVC em alta no segundo semestre de 2021
A América Latina continua esperando dificuldades com o fornecimento de polímeros em meio à forte demanda no segundo semestre de 2021, já que a escassez de resina deve se estender até 2022. É o que mostra o relatório de tendências petroquímicas para o segundo semestre de 2021, elaborado pela S&P Global Platts Analytics.
O cenário favorece a alta dos preços do polietileno, polipropileno (PP) e cloreto de polivinila (PVC) na região, embora fontes do mercado vejam pouco espaço para que os valores continuem subindo acima dos preços alcançados com a oferta escassa no primeiro semestre de 2021.
Em 2020, a pandemia de COVID-19 afetou negativamente a produção de matérias-primas, ao mesmo tempo que impulsionou a demanda por produtos de saúde e higiene, bem como embalagens descartáveis. Essa demanda continua forte, e os setores automotivo e de construção que usam PP e PVC mais duráveis apresentam melhora na demanda.
O setor automotivo, categoria pesada de polipropileno, começou a se recuperar em 2021 no Brasil, após quase paralisação da atividade em 2020. As associações oficiais esperam que a produção de veículos aumente 25% em 2021. No entanto, a demanda por automóveis ainda não atingiu os níveis pré-COVID. De acordo com o relatório da S&P Global Platts Analytics, produtores como Argentina, Brasil e México - centro da demanda de polipropileno para o setor automotivo - têm preocupações com o fraco crescimento da demanda no médio prazo.
Na embalagem, mais dominada pelo polietileno, os participantes do mercado viram mais espaço para crescer durante a pandemia, devido ao crescimento do comércio eletrônico e de comidas e bebidas para viagem. Espera-se que a demanda por embalagens plásticas mantenha o ritmo de 2020 pelo resto de 2021, com um aumento ainda mais contínuo na região. Os preços altos, no entanto, ainda desafiam o setor, uma vez que a oferta restrita parece persistir.
Na América Latina, os países também devem enfrentar a desvalorização da moeda em relação ao dólar à medida que as perspectivas econômicas para os EUA melhoram, adicionando ainda mais pressão sobre a oferta e os preços da resina.
Os produtores latino-americanos esperam que as taxas de câmbio aumentem com suas políticas de preços domésticas. Na Argentina e no Brasil, os preços atingiram níveis recordes, tanto em moedas locais quanto em dólares. Os participantes do mercado esperam que os altos preços do polietileno durem em meio à contínua disponibilidade limitada de oferta nos Estados Unidos.
Congelamento nos EUA provoca mudanças no fluxo comercial
Os fluxos comerciais tradicionais para os mercados do Brasil e da Costa Oeste da América do Sul sofreram uma mudança no segundo trimestre de 2021, após um congelamento histórico que forçou paralisações petroquímicas generalizadas na Costa do Golfo dos EUA e em grande parte do país em meados de fevereiro. As paralisações, que duraram semanas, drenaram drasticamente a disponibilidade do volume de exportação, já que os produtores dos EUA se concentraram nos mercados domésticos, levando o Brasil a buscar mais material na Ásia e na Europa.
Além disso, fontes do mercado disseram que as resinas asiáticas já existentes foram redirecionadas para a América Latina a preços mais competitivos do que o material dos Estados Unidos.
Os compradores sul-americanos com mais estoque optaram por materiais asiáticos com custos menores e tempos de trânsito mais longos, principalmente em meio a uma cadeia de suprimentos congestionada com escassez de contêineres e taxas de frete recordes. Os compradores que precisam de entrega imediata continuam buscando cargas dos EUA a preços mais altos, pagando mais pela conveniência de trânsitos curtos.
Os participantes do mercado esperam que ambos os cenários durem até que o fornecimento nos EUA se estabilize e os desafios de logística asiáticos sejam resolvidos – o que pode levar até o final de 2021.
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