Petróleo
Jornal do Commercio
Se o petróleo continuar acima dos US$ 65 a Petrobras não precisará mais captar recursos no mercado, afirmou o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, lembrando que somente nos primeiros cinco meses deste ano a empresa já obteve US$ 30 bilhões em financiamentos e captações. "Se os preços continuarem acima de US$ 65 não precisamos mais pegar empréstimos para o plano de negócios", afirmou o executivo, recém-chegado de uma viagem à China onde obteve US$ 10 bilhões em financiamento para ajudar a executar o plano de investimentos de US$ 174,4 bilhões da empresa até 2013.
A companhia calcula que para cada dólar que o preço do petróleo ficar acima do nível projetado nos anos do plano de investimentos, o ganho extra será de US$ 500 milhões por ano. A Petrobras estimou seus gastos projetando um preço do petróleo tipo Brent de US$ 37 o barril em 2009 e de US$ 40 em 2010.
A alta da commodity, porém, não arquiva a possibilidade da estatal reduzir os preços da gasolina e do diesel no mercado interno, congelados desde o início de 2008, quando o petróleo girava em torno dos US$ 100 dólares. "O que vai determinar (a queda) é a estabilidade de preços", disse Gabrielli, explicando que a decisão envolve também a taxa de câmbio, que no momento registra valorização do real, diminuindo o preço em dólar dos combustíveis no mercado interno, o que pode favorecer a queda de preços.
O foco no mercado interno está fazendo a empresa reavaliar o portfólio internacional de maneira geral, depois de ter congelado os investimentos externos em US$ 16 bilhões para o período de cinco anos até 2013. Ele explicou que a intenção de possíveis vendas de participações em blocos no Golfo do México ou na África, onde possui forte atuação, não tem por objetivo conseguir recursos, mas focar nos projetos brasileiros.
Apesar da necessidade de sondas para exploração do pré-sal e de outros projetos da empresa, Gabrielli disse estar tranquilo em relação ao recebimento dos equipamentos, e negou que esteja pensando em trazer sondas de explorações de fora do País para acelerar as descobertas no Brasil. "A mobilidade de equipamento não é tão fácil, sair do Mar Negro e vir para cá não é tão fácil, e temos sondas para receber", disse o executivo.
Para 2009, segundo Gabrielli, são esperadas nove novas sondas com capacidade para perfurações até 2,5 mil metros e em breve será lançada a licitação do primeiro pacote de 28 sondas para serem entregues a partir de 2013.
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