Nova empresa nasce avaliada em cerca de R$ 11 bilhões.
Valor Econômico
A fusão de ativos entre a América Latina Logística (ALL) e a Rumo, braço de logística do grupo Cosan, será anunciada hoje, segundo apurou o 'Valor'. Pelo acordo, os acionistas da Rumo - Cosan, do empresário Rubens Ometto, Gávea e o fundo americano TPG - vão ficar com 36,5% da nova empresa, que nasce avaliada em cerca de R$ 11 bilhões.
Para facilitar o avanços das negociações, a proposta vinculativa dos acionistas da Rumo será levada aos acionistas controladores da ALL, que ficarão com 63,5% da nova companhia.
Os termos do acordo de fusão das duas empresas foram negociados entre Rubens Ometto e os acionistas de referência da ALL - Wilson Delara, Ricardo Arduini e esposa. Agora, os termos do acordo serão submetidos ao BNDES, Previ, Funcef e BRZ, sendo que eles não detêm poder de veto.
Foi estabelecido um prazo formal de 30 dias para fechamento da fusão. Após isso, a operação será levada a uma assembleia para apreciação dos acionistas minoritários da ferrovia. Não haverá um processo de auditoria (due dilligence) dos números da ALL.
As ações da ALL foram avaliadas na negociação em R$ 10,20, perfazendo um valor de mercado de R$ 6,9 bilhões para a companhia ferroviária, dona de 13 mil km e acesso aos principais portos no país. A Rumo teve seu valor acertado em R$ 4 bilhões.
A Cosan ficará com aproximadamente 27% do capital da empresa resultante da fusão de Rumo - que vai incorporar a ALL - e será a principal acionista.
Com base no fechamento de sexta-feira da ação na BM&FBovespa, o negócio representa um prêmio de 57%. Fechou em R$ 6,56.
Conforme antecipou o Valor, apenas a Cosan, o BNDES, Gávea e TPG farão parte do novo acordo de acionistas. Todavia, os demais acionistas, como Delara, Arduini e os fundos de pensão terão representantes no conselho de administração da nova empresa.
As negociações entre os acionistas das duas empresas vêm ocorrendo há três meses. A combinação das duas empresas, em termos de valor de negócio, será da ordem de R$ 17 bilhões e foi conduzida, do lado da ALL, pela Estáter, de Pércio de Souza, contratado no fim de novembro pela ferrovia, inicialmente para buscar uma solução para a disputa em torno de um bilionário contrato de transporte de açúcar firmado em 2009. A partir daí, as conversas entre Ometto e os sócios da ALL foram retomadas.
Em agosto de 2013, naufragou a primeira tentativa de Ometto de entrar no bloco de controle da ALL. Na ocasião, ele pagaria quase R$ 1 bilhão para ficar com 5,6% do capital total, mas que representavam 49% no bloco de controle.
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