Diário do Nordeste - CE
A produção de álcool continuará crescendo no próximo ano, mas em ritmo menor do que o da demanda, que deve superar 2 bilhões de litros por mês já em janeiro. Os preços do combustível deverão subir para o consumidor em 2009.
A avaliação é de Plinio Nastari, presidente da Datagro, empresa que divulgou ontem a primeira estimativa da safra de cana para o período 2009/10.
Os elevados custos de produção, a brusca freada no crédito e a baixa aplicação de insumos nas lavouras comprometem o rendimento industrial da produção no próximo ano, o que já ocorreu também em 2008/09.
Com isso, a renovação dos canaviais, que tradicionalmente fica entre 16% e 19% por ano, deve ser inferior a 16%, derrubando a produtividade média. Além dessa elevação dos custos, acentuada pela crise financeira, as usinas convivem com preços pouco remuneradores.
A alta dos preços do álcool começa no início do ano, período da entressafra, quando o centro-sul pára de moer cana. A pressão dos preços não deverá repetir, no entanto, a de 2006, quando o litro do álcool hidratado chegou a R$ 1,23 em março, na porta das usinas.
Os estoques de passagem são pequenos, mas estarão garantidos pela produção antecipada. A Datagro indica que, embora o volume de matéria-prima moída cresça, a quantidade de produto obtido por tonelada de cana processada (conhecida pela sigla ATR) vem recuando.
Em 2007, esse rendimento foi 13,3% superior ao de 2006. Neste ano, crescerá 8,7%. Em 2009, 6,8%.
A oferta de produto cresce, mas perde velocidade. Em 2009, o Brasil deverá produzir 27,7 bilhões de litros de álcool — 20 bilhões de hidratado.
Se confirmado, esse volume será 12% maior do que o deste ano. O consumo do hidratado sobe a 16,4 bilhões de litros, com aumento de 16%.
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