Petróleo

Alcoa busca seu espaço no pré-sal

Valor Econômico
19/04/2010 08:56
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A multinacional americana Alcoa, uma das maiores fabricantes mundiais de alumínio, está prospectando negócios no Brasil em exploração de petróleo. Em entrevista ao Valor, Mary Zappone, presidente da divisão de petróleo e gás da empresa, disse que o grupo quer disputar o fornecimento de sistemas de dutos que ligam plataformas a campos submarinos de petróleo, conhecidos no chargão do setor como " risers " , e de tubos de sonda de perfuração ( " drill pipes " ) no país.

 


Criada no fim de 2008, a divisão de óleo e gás da Alcoa começou este ano a estudar o potencial de negócios no Brasil de olho no pré-sal. " O Brasil é o maior explorador de petróleo em águas ultraprofundas " , disse Mary. No Golfo do México, a exploração de petróleo e gás está mais consolidada, com maior concorrência. " Enxergamos o Brasil com forte potencial de negócio " , disse a executiva.

 


Em junho do ano passado, a Alcoa comprou os direitos de propriedade intelectual da asiática Noble Group referentes aos " risers " fabricados em alumínio soldado, utilizados em pesquisas e extração de petróleo em alto mar. Com essa aquisição, a companhia busca agora parceria com fornecedores do setor de petróleo e gás para desenvolver dutos mais leves de alumínio soldado para utilização em águas profundas. " Os equipamentos mais leves são capazes de atingir maior profundidade " , afirmou.

 


A Petrobras prepara concorrência para 29 sondas de perfuração. E grupo americano já se estrutura para ser um dos fornecedores das companhias que serão contratadas pela estatal. " A Petrobras já utiliza equipamentos com alumínio da Alcoa " , afirmou. Agora, a empresa terá equipamentos acabados para esse fim.

 


Com seis unidades no país, pelo menos uma delas, a de Santo André, na Grande São Paulo, terá condições de atender parte dessa demanda no país. Mas uma parte dos equipamentos, fabricados na Rússia nos EUA, ainda terá de ser importada.

 


A Alcoa também trabalha na busca de soluções em alumínio capazes de reduzir o peso de navios-sondas, plataformas e outras estruturas convencionais, o que poderá viabilizar o setor de petróleo e gás a alcançar reservas antes consideradas economicamente inviáveis.

 


Com sede em Houston, nos EUA, a divisão de petróleo e gás da Alcoa também busca cooperação junto a universidades no Brasil para desenvolver tecnologia nesse segmento. As petroleiras estão investindo nos projetos mais amplos e de perfuração em águas profundas porque já exploraram as reservas mais acessíveis de petróleo e gás.

 

A experiência da Alcoa além de produtora de commodity não é nova. No Brasil, a imagem da companhia ainda está muito associada à produção de alumínio, mas a Alcoa fabrica produtos transformados como laminados e extrudados, além de rodas forjadas, sistemas de fixação, fundidos de superligas e de precisão, estruturas e sistemas para construções.

 


No dia 12, a companhia divulgou prejuízo líquido de US$ 201 milhões no primeiro trimestre, recuo frente ao resultado também negativo no mesmo período do ano passado, de US$ 497 milhões. O aumento dos preços do alumínio ajudou a reduzir o prejuízo do grupo. A companhia anunciou que reduziu o prejuízo de operações continuadas de US$ 194 milhões, ou US$ 0,19 por ação no primeiro trimestre. O resultado inclui despesas especiais e de restruturação no total de US$ 295 milhões, ou US$ 0,29 por ação. No mesmo período, a receita da empresa foi de US$ 4,887 bilhões, 18% acima sobre o primeiro trimestre do ano passado.

 

 

 

Fonte: Valor Econômico/Mônica Scaramuzzo, de São Paulo

 

 

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