<P>Com carteiras de encomendas repletas, fabricantes de equipamentos pesados - como Aker Kvaerner , Jaraguá e Iesa - se mobilizam para aumentar sua capacidade a passos largos. A Aker, uma das líderes na exploração de petróleo, decide até janeiro se abre uma nova fábrica no Brasil, provavelmen...
DCI - São Paulo,SPCom carteiras de encomendas repletas, fabricantes de equipamentos pesados - como Aker Kvaerner , Jaraguá e Iesa - se mobilizam para aumentar sua capacidade a passos largos. A Aker, uma das líderes na exploração de petróleo, decide até janeiro se abre uma nova fábrica no Brasil, provavelmente em Rio das Ostras (RJ). A paulista Jaraguá vive a mesma situação, e avalia estados do Nordeste e do Centro-Oeste para uma planta. A Iesa prevê contratar 600 funcionários em 2007. A falta de capacidade instalada é o problema sério que eu mais gosto de ter, brinca o diretor comercial da Iesa, Marco Milliotti.
Até o mês que vem, a norueguesa Aker Kvaerner deve decidir se instala a primeira fábrica de risers submarinos de perfuração de petróleo no Brasil. O equipamento consiste em uma série de tubos encaixados usados na perfuração do poço, ligando a sonda de perfuração até o fundo do oceano, explica Marcelo Taulois, presidente da empresa no País. Em outubro, a empresa fechou contrato de US$ 80 milhões para fornecer três sistemas de risers para a Queiroz Galvão, a serem entregues entre 17 e 30 meses, e que podem ser produzidos na nova unidade.
De acordo com Taulois, a carteira de encomendas da Aker Kvaerner tem volume 30% maior que o registrado há um ano, com previsão de chegar ao final de 2007 com nova alta de 20%, em comparação com o período atual. A área de equipamentos para exploração de petróleo programa chegar ao final de 2007 com 390 funcionários, ante 290 atuais e 230 no final de 2005. Hoje temos ociosidade de 25%, mas precisamos investir porque há tendência de alta da demanda, diz. A empresa pretende chegar a três turnos em 2008.
A Aker está investindo R$ 12 milhões para elevar em 30% a capacidade de produção da planta de Curitiba (PR) e R$ 3 milhões para integrar a operação local ao sistema de gerenciamento global do grupo. Segundo Taulois, a unidade de Curitiba tem pedidos para operar a plena capacidade entre os primeiros meses e setembro de 2007, considerando os aportes planejados e aumentando a carga horária de um turno e meio para dois turnos, a partir de janeiro. Se aprovada a nova fábrica, a empresa deve investir mais R$ 10 milhões, provavelmente no Município de Rio das Ostras (RJ), com o qual mantém negociações. A cidade já abriga uma unidade da empresa, para manutenção de plataformas.
Até fevereiro, a empresa espera a definição de concorrências para ao menos 33 árvores-de-natal para a Petrobras. O equipamento é usado na exploração do petróleo. A capacidade de produção de árvores da Aker deve passar de duas por mês para até quatro, no ano que vem. A empresa entregou 137 equipamentos deste tipo para a estatal. Em agosto, fechou venda de três unidades, por US$ 12 milhões, com doze meses para entrega.
A Jaraguá define até março se instala uma nova fábrica, além das de Sorocaba, Osasco e Itapevi, todas no Estado de São Paulo. A empresa tem o dobro do volume em carteira do que registrava ao final de 2005, diz o vice-presidente comercial do grupo, Christian Jaty Silva. ?Iniciaremos 2007 com um volume de encomendas bastante confortável. Em 2005, por exemplo, tivemos crescimento acelerado, mas muitas vendas aconteceram ao longo do ano?, diz. Desta vez, dois terços do faturamento programado para o ano já estão contratados.
De acordo com o executivo, o crescimento de 2007 é resultado da concentração de vendas nos últimos meses de 2006. No início deste ano, a Jaraguá previa faturar R$ 270 milhões em 2006, mas o valor deve ficar por volta dos R$ 190 milhões. O valor de vendas para entrega neste e nos próximos anos, no entanto, superou as expectativas e chegou a R$ 300 milhões. A empresa prevê elevar seu faturamento em 30% no ano que vem, em comparação com este. As principais áreas de negócios devem ser de óleo e gás, petroquímica e de mineração, todas com expectativa de crescimento.
A empresa avalia estados como o Maranhão, Ceará ou Alagoas para implantar a unidade. Estas áreas têm posições estratégicas para atender aos negócios no Norte e no Nordeste, que estão em expansão, diz Silva.
A principal encomenda da Jaraguá atualmente, diz, é a planta de evaporação da Alunorte, em Barcarena (PA), produzida em parceria tecnológica com a americana Swenson, com entrega prevista para outubro de 2007. Áreas portuárias também têm preferência, para facilitar as exportações, com perspectiva de retomada a partir da desvalorização do real. Ainda de acordo com Silva, também a Região Centro-Oeste é cogitada para receber a unidade, devido ao mercado de equipamentos para cana-de-açúcar.
Entre as atuais encomendas, estão pontes rolantes e tanques para a Bahia Pulp , também no Nordeste, e equipamentos como cones e tanques para diversas plantas da Petrobras. Na área de mineração, há expectativas para diversos pacotes da Vale do Rio Doce, como uma nova pelotização em Vitória (ES), investimentos em portos, no Maranhão, e processamento, no Pará. Devemos contratar pessoal para estas obras, mas o foco é a qualificação, não o aumento do número de pessoas.
Newton de Mello, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), indica as câmaras setoriais de equipamentos pesados, para mineração, de bombas e válvulas como as que têm as melhores perspectivas para 2007, enquanto a entidade conta com aumento de faturamento de 1% no ano. Além dos negócios na área de óleo, gás e mineração, que já vêm aquecidos, chegou a hora de aportes na siderurgia, como a construção da Compahia Siderúrgica do Atlântico e a expansão da Açominas.
O Grupo IESA, um dos principais do País na área de equipamentos, programa contratar 600 funcionários para sua fábrica de Araraquara (SP), para atender a uma carteira de pedidos que ultrapassa R$ 1,35 bilhão, 30% acima da registrada no final de 2005. Diversas áreas que demandam grandes equipamentos - como as de geração elétrica, óleo e gás, siderurgia e celulose - estão encomendando ao mesmo tempo, o que não acontecia nos últimos anos, diz o diretor comercial da empresa, Marco Milliotti. De acordo com ele, no entanto, os maiores pedidos feitos à empresa estão na área de energia.
Fonte: DCI - São Paulo,SP
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