Valor Econômico
Fevereiro foi o mês das empresas brasileiras na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). Os papéis da Petrobras bateram recorde de operações e foram os mais negociados entre todas as 471 ações de companhias estrangeiras listadas nos Estados Unidos. A estatal brasileira, com volume de negócios de US$ 5,7 bilhões, atraiu mais investidores que papéis de companhias como British Petroleum, Nokia ou a Ericsson, segundo dados do Bank of New York.
Outra surpresa foi a Vale do Rio Doce. A mineradora movimentou US$ 4,4 bilhões e foi o terceiro papel mais negociado da NYSE. No total, os 37 American Depositary Receipts (ADRs, papéis listados na NYSE que representam ações de companhias de fora dos Estados Unidos) das brasileiras movimentaram US$ 18,7 bilhões, pouco abaixo dos US$ 19,3 bilhões de janeiro, mas ainda um dos volumes mais altos dos últimos anos.
A euforia com os papéis da Petrobras, segundo os analistas ouvidos pelo Valor, é explicada pelo aumento da produção de petróleo que a estatal vem conseguindo em um momento em que os preços do óleo atingem cotações recordes. No início do segundo trimestre, a Petrobras deve atingir a auto-suficiência na produção, com o início da operação da plataforma P-50.
O analista de petróleo da corretora Ágora Senior, Luiz Otávio Broad, calcula que a produção de petróleo da estatal vá crescer 10% este ano e mais 8% em 2007, depois de subir 13% no ano passado. "Isto, aliado aos preços altos do petróleo, vai melhorar a rentabilidade da empresa", diz.
A recomendação da corretora para os papéis da empresa é de "compra".
A forte procura pelas ações da Petrobras em fevereiro coincide com o anúncio do maior resultado da história da estatal. Em 2005, a companhia lucrou R$ 23,7 bilhões, crescimento de 40% em relação a 2004. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a ação preferencial (PN) da empresa também está entre as mais negociadas. Ontem, movimentou R$ 230 milhões, o dobro do Bradesco, a segunda ação mais negociada do dia.
Os papéis da Vale e da Petrobras fecharam o mês em queda, aqui e em Nova York, em um movimento de realização de lucros depois das fortes altas de janeiro. A Petrobras tem dois programas de ADR, um para os papéis PN e outro para as ordinárias (ON). O ADR da ação PN recuou 7%, mas ainda acumula alta de 24% no ano. O papel da mineradora cedeu 8,3%. Já os bancos mantiveram o fôlego e continuaram subindo em Nova York. O Bradesco ganhou 3,8%, o Itaú 7,3% e o Unibanco, 4,4%.
Quem está indo para Nova York é a Eletrobrás. A empresa anunciou ontem no Rio que deve lançar ADRs até o final de maio.
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