Álcool

Acordo longe das bombas

Jornal do Brasil
17/01/2006 00:00
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Pesquisa da ANP revela que preço do álcool subiu nos postos na semana em que o governo negociava redução com usineiros.

O acordo para redução dos preços do álcool anidro nas usinas não beneficiou em nada os consumidores. Pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) revela alta de 4,48% nos preços do álcool hidratado, que em média saiu a R$ 1,724 nas bombas do país na semana passada, contra R$ 1,650 nos sete dias anteriores. Especialistas acreditam que a partir de agora haverá estabilização de preços, com queda forte apenas em abril, quando começa a safra de cana-de-açúcar.

Na semana passada, o governo fechou acordo com produtores para manter o teto do litro do álcool anidro vendido às distribuidoras em R$ 1,05. A redução foi de R$ 0,03. A gasolina vendida no país tem 25% de álcool anidro, que vinha sendo o maior responsável pelas altas do combustível.

Como o anidro serve de referência para o preço do álcool hidratado, a expectativa após o acordo era de uma queda também deste produto, usado para abastecer veículos movidos a álcool e bicombustíveis, além do recuo da gasolina. Mas até o preço da gasolina subiu, de R$ 2,477 o litro para R$ 2,501 nas duas últimas semanas.

Para Luiz Gil Siuffo, presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), os preços não cairão enquanto as distribuidoras não negociarem os estoques comprados quando o litro de álcool anidro estava cotado a R$ 1,08.

- Em média os estoques duram 15 dias, mas podem levar até 60 dias para acabar. Nenhuma distribuidora vai baixar os preços antes de vender os estoques - afirma Siuffo.

Alísio Mendes Vaz, vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), ressalta que a luta contra fraudes ironicamente ajudou a alta de preços. Segundo ele, as medidas tomadas pela ANP - que passou a usar corante no álcool anidro para evitar a hidratação do produto para sonegação de impostos - levaram à entrada no mercado de consumidores que até então abasteciam com ``álcool molhado``.

- Estimativas dão conta de que até 25% do mercado de álcool hidratado operava na ilegalidade. Agora, há demanda maior pelo produto legalizado, o que pressionou a oferta - diz, acrescentando que a diferença histórica de preços entre o anidro e o hidratado nas usinas é de 15%, patamar que hoje é de 3%.

Para Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), o preço a partir de agora oscilará menos, mas a esperada queda deve vir apenas com o fim da entressafra.

O resultado é que fica cada vez menos vantajoso o abastecimento de carros bicombustíveis com álcool. Na semana passada, os preços do produto representaram 68,9% dos R$ 2,501 por litro de gasolina, contra 66,6% na semana anterior. Especialistas dizem que o álcool compensa até o patamar de 70% do preço da gasolina, devido ao rendimento inferior do derivado da cana.

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