Um acordo energético entre Brasil e Peru, que contempla a construção de hidrelétricas no Peru, será assinado em junho. A afirmação foi dada a pouco pelo vice ministro de minas e energia do Peru, Daniel Cámac, durante o Gas Summit 2010. De acordo com Cámac, o acordo vai abastecer o mercado interno peruano e vender os excedentes ao Brasil.

Segundo Cámac, ainda não foi definida a proporção de divisão da produção entre os países, mas conforme estabelece uma das cláusulas do contrato, as prioridades na hora de destinar a energia peruana é: primeiro para o serviço público local (mercado regulado), depois para o mercado livre local (como empresas de mineração) e por último o mercado brasileiro.

"O acordo com o Brasil vai permitir a construção de grandes centrais hidrelétricas para abastecer o mercado interno e depois a venda de excedentes ao mercado brasileiro. O Peru só exportará ao Brasil o volume excedente de energia elétrica", afirmou. O executivo ressaltou ainda que o contrato é para o período de 30 anos.

O executivo lembrou ainda que a Petrobras opera o lote 58 do campo de Camisea, sul do Peru, que possui enormes reservas de gás natural.

No momento, o Peru esta criando um marco regulatório para resolver tais questões, mas Cámac indicou que o país tem a expectativa de 6000 MW de geração hidroelétrica.

Cámac apontou ainda que o Peru está formulando seu plano de investimentos energéticos e irá investir $8,3 bilhões para os próximos anos em downstream e upstream, tendo até o momento 68 contratos de exploração confirmados em upstream. Já em downstream, o país pretende modernizar refinarias, estações de serviços, e armazenamento e transporte de gás.

O vice ministro comentou também a construção de um gasoduto até o sul do país, que vai passar pelas principais cidades do Peru, com investimentos de mais de $1 bilhão nesse projeto. E disse ainda, que estão estudando um gasoduto ao Norte também, com previsão de início em 2015.