Valor Econômico
Os dados consolidados da indústria de máquinas e equipamentos referentes ao primeiro semestre mostraram que o “fundo do poço” para o setor ocorreu mesmo em janeiro. De lá para cá, a retomada aconteceu em uma média de 5,5% ao mês. Agora, já diante das novas condições de crédito para a compra de bens de capital, o segmento prevê para 2009 um faturamento 14% menor do que o registrado no ano passado (R$ 78 bilhões), contra uma estimativa de queda superior a 20% dada no fim de junho.
Ontem, em São Paulo, durante a apresentação dos números do primeiro semestre, o presidente da Abimaq (entidade que reúne os fabricantes), Luiz Aubert Neto, disse estar mais otimista com a situação do setor. “A recuperação gradual é reflexo da movimentação de alguns setores que estavam parados, como siderúrgico e mineração, além da demanda constante da Petrobras”, declarou o dirigente, ao destacar o desempenho das vendas de bens de capital sob encomenda e de bombas e motobombas, respectivamente, em alta de 13,7% e 6,4% no semestre.
Em junho, o faturamento da indústria de máquinas e equipamentos foi de R$ 5,58 bilhões, 17,2% menor que no mesmo mês do ano passado, mas 10,6% maior que o resultado de maio deste ano. No semestre, o faturamento foi de R$ 29,3 bilhões, 23,6% abaixo do registrado em igual intervalo de 2008.
Em ritmo menor, mas também em queda, o consumo aparente, que desconta as exportações e acrescenta as importações, totalizou R$ 41,4 bilhões, o que significa um recuo de 6,3% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. Em junho, o consumo aparente foi de R$ 6,9 bilhões, praticamente estável na comparação com o mês de maio.
Segundo Aubert, a queda de faturamento ainda é forte, mas a tendência é de recuperação, já que o segmento de bens de capital demora entre três e quatro meses para sentir o aquecimento dos outros setores. “Basicamente estamos falando da indústria automobilística e de eletrodomésticos do tipo linha branca”, acrescentou.
Questionado sobre os impactos do pacote do governo, que incluiu a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) até o fim do ano, o dirigente informou que ainda é cedo para estimar um percentual de crescimento, pelo fato de as novas condições de financiamentos estarem disponíveis somente desde o começo da semana passada.
A preocupação da Abimaq no momento é dar visibilidade a estas condições, fazendo com que os bancos, principalmente os privados, as ofereçam aos fabricantes de máquinas e equipamentos. Neste sentido, o presidente da entidade informou que haverá uma campanha publicitária voltada aos fabricantes e funcionários de bancos para apresentar as novas condições de financiamento de máquinas do BNDES.
“A hora de comprar uma máquina nova é agora”, disse Aubert. Na opinião do dirigente, é importante que exista um prazo determinado para as medidas do governo federal, pois assim os empresários “se mexem” para aproveitar a situação favorável para adquirir um equipamento fabricado no país.
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