Automação

A capacitação da tripulação e a conectividade são os verdadeiros facilitadores dos benefícios da automação offshore

Redação TN Petróleo/Assessoria Inmarsat Maritime
29/12/2025 10:40
A capacitação da tripulação e a conectividade são os verdadeiros facilitadores dos benefícios da automação offshore Imagem: Divulgação Inmarsat Maritime Visualizações: 75

A aceleração do uso da automação na indústria offshore promete vantagens claras em eficiência e segurança, mas seu impacto exato nas futuras operações de embarcações ainda é tema de debate.

Em uma pesquisa recente da Inmarsat Maritime, a maior parte dos entrevistados identificou a inteligência artificial como a tecnologia com maior potencial de impacto nas operações navais até 2035, enquanto mais da metade acredita que pelo menos 25% das tarefas manuais diárias serão tornadas redundantes no mesmo período. Para quase três quartos dos participantes, o efeito cascata dessa automação impulsionada por IA seria uma redução de pelo menos 10% no efetivo das tripulações na próxima década.

No entanto, segundo Eric Griffin, Vice-Presidente de Offshore Energy da Inmarsat Maritime, a automação deve eliminar carga administrativa – não pessoas.  

Em palestra na Offshore Support Journal Conference, Americas, no Brasil, em outubro de 2025, Griffin afirmou: "Liberar profissionais qualificados para focar nas decisões que exigem julgamento – coordenação, tratamento de exceções, recuperação – é onde a expertise humana agrega valor. É isso que significa 'human in the loop': as pessoas fazem as partes mais críticas; os sistemas tornam essas partes mais fáceis."

Para que a tripulação se destaque em uma indústria offshore cada vez mais automatizada, treinamento aprimorado será essencial: quase 80% dos entrevistados na pesquisa da Inmarsat previram que pelo menos metade do pessoal embarcado precisará de reciclagem ou capacitação adicional para se adaptar às novas tecnologias até 2035.

Discussões de um recente roundtable da Inmarsat reforçam essa visão. Realizado durante a OSJ Conference no Brasil, o debate destacou - lacunas de capacitação no setor offshore – as quais, segundo operadores, resultam em subutilização de até 90% dos sistemas digitais a bordo de Embarcações de Apoio Offshore (OSVs).

Os participantes também manifestaram preocupação com o crescente risco de ciberataques, refletindo os resultados da pesquisa da Inmarsat, na qual metade dos entrevistados – a maior parcela – considerou as ameaças cibernéticas o maior problema de segurança decorrente da automação naval.

Outro desafio apontado foi o recrutamento e retenção de tripulantes qualificados para operar novas tecnologias.

Superar essas preocupações dependerá de múltiplos fatores, mas a conectividade pode desempenhar um papel crucial na adaptação do setor offshore aos processos automatizados.  

"A conectividade é o facilitador que viabiliza treinamento, simulações e acesso a recursos, mesmo em ambientes remotos ou de alta latência", explicou Griffin. "Ao mesmo tempo, esforços crescentes focam, com razão, no bem-estar da tripulação – um fator cada vez mais decisivo para retenção e segurança. Telemedicina, acesso a suporte de saúde e a possibilidade de contato com a família melhoram o moral."

Apesar de ser "o caminho por onde os riscos podem entrar", a conectividade também é a "base da defesa", permitindo "monitoramento em tempo real e resposta coordenada entre embarcações e terra", complementou Griffin.

Para que os operadores de OSVs colham os frutos da automação avançada, o objetivo não deve ser substituir a expertise humana, mas apoiar e desenvolver essas competências, fornecendo às tripulações as ferramentas para prosperar em um ambiente em transformação.
 

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