Redação Tn + Agência EY
raticamente todas as empresas (94%) relatam pelo menos uma recomendação da TNFD (Taskforce on Nature-related Financial Disclosures), de acordo com a nova edição do estudo Nature Risk Barometer, produzido pela EY.
"Essa porcentagem demonstra que as empresas estão preocupadas em integrar a natureza à estratégia de negócios", diz Ricardo Assumpção, líder de Sustentabilidade e CSO (Chief Sustainability Officer) da EY para América Latina. "Há por trás disso uma pressão por parte de investidores e instituições financeiras que buscam, a partir das divulgações relacionadas à natureza, mitigar o risco em suas carteiras e aproveitar os benefícios financeiros associados aos ativos de capital natural", completa.
O estudo da EY analisou as divulgações de 369 empresas atuantes nos EUA, Canadá e América Latina provenientes dos dez setores a seguir: bens de consumo; extração e processamento de minerais; financeiro; alimentos e bebidas; saúde; infraestrutura; transformação de recursos; serviços; tecnologia e comunicações; e transporte.
Veja abaixo cinco medidas para integrar a natureza à estratégia de negócios.
1) Monitoramento do panorama regulatório em torno da natureza
À medida que os órgãos reguladores aceleram seu foco nos riscos e divulgações relacionados à natureza, as empresas precisam de um processo claro para se manterem atualizadas sobre as mudanças regulatórias. Na União Europeia, a CSRD, por exemplo, exigirá em breve que as empresas divulguem os impactos ambientais relevantes para o negócio. Para padronizar os relatórios inseridos na CSRD, a Comissão Europeia criou os ESRS (European Sustainability Reporting Standards) para que sejam usados por todas as empresas que estarão sujeitas à norma. Há um alinhamento entre os ESRS e as normas do IFRS S1 e S2, já que a CSRD considerou as discussões no âmbito do ISSB para promover a interoperabilidade dos padrões de reporte globais e da UE, evitando assim um duplo esforço das empresas em suas divulgações de sustentabilidade.
Como a Resolução CVM 193 recepcionou essas normas do ISSB, exigindo que as companhias abertas atuantes no Brasil elaborem e divulguem, a partir de 2026, seus relatórios de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade, essas organizações, ao fazer isso, já estarão muito próximas também de estar em conformidade com as exigências da CSRD.
2) Conscientização da gestão sobre a importância da natureza para os negócios
Os líderes precisam compreender como o negócio depende da natureza, incluindo os riscos que se apresentam, além da maneira pela qual as estratégias positivas para a natureza podem ajudar as empresas a atingirem metas críticas como a de redução de emissões. As organizações devem preparar seus líderes para saber como mitigar os riscos relacionados à natureza e maximizar as oportunidades relacionadas.
3) Compreensão de como a natureza afeta toda a cadeia de valor
Isso significa demonstrar como as atividades do negócio podem afetar potencialmente os stakeholders em toda a cadeia de suprimentos e operações internas, bem como clientes e usuários finais. A coleta de dados, como gastos com fornecedores e materiais, consumo de água e resíduos, pode apoiar nesses esforços.
4) Avaliação da disponibilidade de dados
O monitoramento de indicadores-chave em toda a organização e no seu setor de atuação pode ajudar as empresas na mensuração do seu desempenho em relação aos fatores de impacto na natureza, como mudanças climáticas, poluição, uso do solo e do mar, exploração excessiva de recursos naturais, entre outros.
Há diversas tecnologias, como imagens de satélite, IA e blockchain, que podem apoiar os negócios no rastreamento de impactos relacionados à natureza, gestão de riscos e identificação de oportunidades.
5) Adoção de uma abordagem integrada da natureza, das mudanças climáticas e dos direitos humanos
O desenvolvimento de uma estratégia holística de sustentabilidade incorpora considerações sobre biodiversidade, mudanças climáticas e direitos humanos, alinhando-se com os objetivos do negócio. Esse processo deve incluir a definição de metas, cronogramas e iniciativas sobre como a organização conservará e restaurará os habitats naturais, protegendo direitos humanos e combatendo as mudanças climáticas.
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