Brasil

Margem Equatorial poderia produzir 1,1 mi bpd de petróleo a partir de 2029, diz CBIE

Reuters, 28/03/2023
28/03/2023 15:41
Visualizações: 2725

A exploração de petróleo na Margem Equatorial brasileira tem potencial para agregar 1,106 milhão de barris por dia (bpd) na curva de produção nacional a partir de 2029, apontaram cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), em seu Outlook 2023, lançado nesta terça-feira.

O volume, segundo diretores da consultoria, elevaria o pico de produção de petróleo do Brasil previsto para 2032 pelo CBIE de 5,824 milhões de bpd para 6,930 milhões de bpd.

A previsão, feita com base em informações geológicas disponibilizadas pela reguladora ANP, considera o avanço exploratório nas áreas já contratadas na região, reservas estimadas de 30 bilhões de barris e um fator de recuperação de 25%.

"A Margem Equatorial é uma nova área de exploração que precisa ser olhada se o Brasil quiser continuar crescendo na produção de petróleo", afirmou a jornalistas o diretor do CBIE, Pedro Rodrigues, pontuando que o pré-sal atingiu grandes conquistas, com produção amplamente eficiente, mas que também entrará em declínio no futuro.

Em seus cálculos, a consultoria considerou o início da produção na Margem Equatorial em 2026, atingindo 1,106 milhão de bpd entre 2029 e 2036, antes de começar a recuar.

Diretores do CBIE, ponderaram, no entanto, que o governo federal precisa decidir se permitirá a continuidade da exploração na região litorânea, que vai desde o Rio Grande do Norte até o Amapá.

A exploração na Foz do Amazonas, que integra a Margem Equatorial, vem enfrentando escrutínio do órgão ambiental Ibama, uma vez que a área possui riqueza em ecossistemas. A Petrobras está mobilizada na região e aguarda aval para a realização de um simulado de emergência que medirá a capacidade de reação em caso de vazamentos.

Rodrigues pontuou que deverá haver nos próximos anos embates políticos entre alas do governo sobre o destino da exploração na região, e que o país precisa decidir o que espera da indústria no longo prazo.

"O fato é, existe uma fronteira nova, ela já foi licitada, o que a gente vai fazer com ela enquanto país, enquanto nação? Quer explorar ou não, eu acho que esse que vai ser na minha opinião o grande desafio da discussão envolvendo o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério de Minas e Energia", afirmou Rodrigues.

Diversas questões poderão influenciar uma decisão final do governo, segundo Rodrigues, como preços do petróleo, interesses políticos e econômicos dos Estados que serão impactados pelas atividades e o avanço das discussões sobre transição energética no mundo.

Diversas empresas que venceram blocos exploratórios na Margem Equatorial em leilão realizado em 2013, como Petrobras, BP e TotalEnergies, enfrentaram dificuldades nos últimos anos para obter licenças ambientais para perfuração. A última perfuração de poço exploratório na região ocorreu em 2015.

Rodrigues afirmou ser difícil prever a decisão final do governo, mas disse que poderá haver um meio termo, por exemplo, onde o avanço da exploração do petróleo na Margem Equatorial esteja relacionado com investimentos também na transição energética.

No entanto, o avanço para as perfurações é importante para confirmar o potencial exploratório. Segundo dados da ANP, a extensa área tem altíssimo potencial para novas descobertas, a exemplo do sucesso exploratório alcançado nas bacias sedimentares análogas da Guiana, Suriname e Costa Oeste Africana.

O diretor da CBIE, Bruno Pascon, ressaltou os resultados atingidos na produção da Guiana, que até recentemente não entrava em modelos de oferta de demanda global. "Suriname, Guiana, é um tema quente, porque é a nova fronteira de exploração de petróleo offshore, e o Brasil faz parte dessa nova fronteira exploratória", disse Pascon.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Reconhecimento
Empresas do Grupo Prumo são destaque no Prêmio ANTAQ 2024
27/11/24
Terminais
APM Terminals Suape lança pedra fundamental de investime...
22/11/24
Resultado
Porto de Santos atinge a maior marca entre os meses de o...
22/11/24
Resultado
Subsea7 atinge US$ 321 milhões em EBITDA ajustado no 3T2...
21/11/24
Visita
Porto do Rio de Janeiro recebe vice-prefeito de Rotterda...
19/11/24
Rio de Janeiro
Porto do Rio de Janeiro recebe três gigantes dos mares n...
19/11/24
Logística
Vast Infraestrutura realiza primeira operação no Termina...
18/11/24
Logística
Iniciativa do Super Terminais, píer flutuante em Itacoat...
14/11/24
Resultado
Porto de Imbituba tem o melhor outubro da história
14/11/24
PPSA
Produção de petróleo da União atinge 99 mil bpd em setembro
13/11/24
Licitação
Programa TP 25: Transpetro abre resultado da licitação p...
11/11/24
Resultado
Petrobras divulga lucro de R$ 32,6 bilhões no 3º trimes...
08/11/24
Telecomunicações Offshore
NexusWave: Conectividade Marítima Confiável e Sem Interr...
07/11/24
Marinha do Brasil
Grupo EDGE amplia parceria com a Marinha do Brasil para ...
06/11/24
Certificação
Foresea recebe, pelo quarto ano seguido, certificação de...
06/11/24
E&P
ANP lança segunda fase do GeoMapsANP com novos dados e f...
06/11/24
BRANDED CONTENT
Estudo comprova eficiência do corte a plasma na manutenç...
02/11/24
Pré-Sal
FPSO Almirante Tamandaré chega ao Campo de Búzios
01/11/24
Pré-Sal
Com 3,681 de milhões de boe, pré-sal tem recorde de prod...
01/11/24
Pré-Sal
MODEC contribui com quase 40% da produção da Petrobras e...
01/11/24
E&P
Navio-sonda NORBE VIII, da Foresea, deixa Baía de Guanab...
01/11/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

21