Money Times, 11/08/2022
Não se sabe ainda o quanto o Cepea vai captar de baixa do etanol hidratado na semana nas usinas ou o que a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) registrará nas bombas, mas para quem está na lida diária do setor dois movimentos quase opostos estavam sendo vistos até esta quinta (11).
Enquanto as fabricantes caminham para acumularem forte queda nos preços de vendas às distribuidoras -- e estas idem -- os postos ainda estão enrijecendo o valo do litro.
Paulo Strini, do Triex, empresa também atuante na comercialização, estima em até 4% o Cepea deverá registrar de derretimento do hidratado na usina, na média do Centro-Sul, no acumulado até sexta. De dia 1º ao dia 5, cedeu 2,69% (R$ 2,8635).
Os postos ainda relutam em "repassar mais para as bombas", diz Martinho Ono, da SCA Trading, complementando: "Assim fica difícil [para o etanol ficar na paridade de 70% em relação à gasolina]".
Foi notado, inclusive, uma certa dose de aumento dos preços etanol em algumas regiões metropolitanas, tanto em postos de rede quanto os sem bandeira.
Money Times conseguiu ver até R$ 0,20 a mais no setor de ponta, frente à semana anterior, com o etanol margeando até os R$ 3,89 o litro em regiões metropolitanas como São Paulo e Campinas.
Se não foi um movimento pontual e localizado de guerra comercial entre os postos, o que não parece já que houve certa linearidade dos aumentos entre bairros com e sem muita concorrência próxima, pode ser que as baixas de preços da semana anterior tenham demonstrado volta da demanda e, agora, as empresas tentam manter as margens apostando em maior procura.
E, inclusive, pagando bem menos nas compras das distribuidoras. Só ontem, também em dados do Cepea, o recuo dos preços avançou para 3,55% (R$ 2,909/l).
No frigir dos ovos, lembra-se da Petrobras (PETR4) ainda com chance de cortar preço da gasolina. Menos mal se o petróleo voltar a subir, como hoje, próximo dos US$ 100 o barril na ICE Europe, Londres.
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