Negócio

Brookfield planeja vender controle sobre a NTS

BNamericas, 23/10/2023
23/10/2023 09:57
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A Brookfield Asset Management planeja vender seu controle acionário na Nova Transportadora do Sudeste (NTS), em um negócio que provavelmente chegará a US$ 5,7 bilhões, de acordo com um teaser da transação obtido pela BNamericas. A empresa espera concluir a venda do ativo durante o primeiro semestre de 2024, embora os participantes do mercado alertem que o cenário para uma transação de M&A é desafiador em meio ao cenário global de altas taxas de juros e aos conflitos atuais na Europa e no Oriente Médio. No teaser, a Brookfield estima o valor atual da NTS entre US$ 4,7 e 5,7 bilhões, sem considerar um plano de crescimento de US$ 2,5 bilhões anunciado pela NTS no final de 2022. Contactada pela BNamericas, a Brookfield não quis comentar o assunto. A Brookfield liderou um consórcio de investidores que comprou 90% da NTS em 2017 da Petrobras por aproximadamente US$ 5,2 bilhões. O grupo controla a NTS por meio do Fundo de Investimento em Participações Nova Infraestrutura Multiestratégia (FIP), onde IC, CIC e bcIMC também são investidores. Logo após a conclusão da operação de 2017, o FIP vendeu 7,65% de suas ações na NTS para a Itaúsa, holding que controla o Itaú Unibanco. Com isso, a estrutura acionária da NTS é composta por FIP, com 82,35%; Petrobras, 10%; e Itaúsa, 7,65%.

A NTS opera uma rede de gasodutos com extensão de 2 mil km e capacidade para 158,2 milhões de m³/d, atendendo à região Sudeste, que concentra mais da metade da demanda nacional de gás. Sua malha de gasodutos está próxima a fontes de gás na costa dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, e está sendo conectada ao gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). No teaser, o grupo também informou que considera emitir uma dívida considerável para distribuir dividendos e espera ser abordado por vários players sobre uma potencial fusão e aquisição. “Dada a qualidade e escassez do ativo, esperamos que intervenientes credíveis considerem seriamente aderir a um processo competitivo”, afirmou o grupo. “O tamanho pode ser um problema para vários participantes. Alguns poderiam considerar a formação de um consórcio”. Analistas locais consideram o processo de vendas desafiador. “A NTS é um importante ativo, gerador de caixa, porém esse não é o melhor momento para operações de M&A devido o contexto global, o que pode afetar um adequado valuation do ativo”, comentou à BNamericas um sócio de uma boutique de M&A, que preferiu permanecer anônimo.

O grupo Brookfield enfrentou dificuldades para vender ativos no Brasil no passado. No início deste ano, a empresa suspendeu o processo de venda da sua empresa de energia Elera, após suas propostas ficarem muito abaixo das expectativas. A empresa também tentou vender sua participação de 70% na empresa de saneamento BRK Ambiental, mas também decidiu suspender a operação devido a licitações pouco atrativas. Outro obstáculo potencial para o processo de venda é um contrato de fornecimento de gás que a NTS tem com a Petrobras que está previsto para terminar em 2025. Pedindo anonimato, um consultor local destacou que o contrato para 2026 será um negócio diferente, com um perfil de risco distinto, e que isto ocorre porque a nova demanda terá que ser atendida, fazendo com que a receita possa cair consideravelmente.

A Brookfield informa que, ao contrário de rumores publicados, não há qualquer iniciativa em curso para a venda da sua participação na NTS, sendo desconhecidos materiais e teasers preparados para esse fim.

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