Reuters, 31/01/2025
A Acelen, empresa do grupo Mubadala proprietária da Refinaria de Mataripe, na Bahia, reduziu nesta quinta-feira em 5% o preço médio do diesel S10, tipo mais comercializado do Brasil, vendido a distribuidoras, em seu primeiro corte desde meados de dezembro, informou a companhia.
Com o ajuste, o preço médio do diesel S10 da Acelen passou de 3,99 reais o litro para 3,79 reais o litro. A última redução de preços desse combustível pela companhia havia ocorrido em 12 de dezembro. Desde então, a Acelen havia elevado o preço quatro vezes.
Mataripe é a segunda maior refinaria do Brasil e representa 14% da capacidade total de refino do país, sendo 42% do Nordeste e 80% da Bahia.
Os repasses de ajustes de preços do diesel das refinarias vendido a distribuidoras não são imediatos e dependem de uma série de questões, como impostos, mistura de biodiesel e margens de distribuição e revenda.
Sócio-diretor da Raion Consultoria, Eduardo Oliveira de Melo afirmou à Reuters que o movimento já era esperado, uma vez que a Acelen costuma estar alinhada aos preços praticados no exterior.
"Uma vez que você observa que tanto o barril de petróleo, e naturalmente os refinados, sofreram uma redução de preço no mercado internacional, juntamente com a apreciação do câmbio, isso acaba incidindo na precificação da Acelen, porque ela acaba buscando seguir a paridade internacional", afirmou Melo.
O corte de preços da Acelen vem justamente após algumas notícias na mídia nesta semana afirmando, com base em fontes não identificadas, que a Petrobras iria elevar o valor do diesel em suas refinarias, que está estável desde dezembro de 2023. Até o momento, nenhum movimento foi anunciado pela estatal, no entanto.
A Petrobras adota atualmente uma estratégia comercial que visa evitar repassar volatilidades internacionais ao mercado interno, considerando também seus ativos, logística e cotações internacionais, além de questões relacionadas a participação de mercado, segundo a empresa.
A manutenção de preços da Petrobras por um longo período tem gerado críticas da Refina Brasil, entidade que representa as refinarias privadas no país. Nesta semana, o grupo mandou uma nota à imprensa onde afirmou que a defasagem de preços da Petrobras com o mercado externo "afeta diretamente a competitividade do setor de refino privado, inviabilizando investimentos e distorcendo o equilíbrio de mercado".
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