Karine Fragoso
O ano de 2018 foi de importantes avanços no mercado de petróleo e gás nacional e fluminense. Renovamos nossas expectativas e nossos esforços, sempre no melhor sentido de nossas escolhas. Somente com a realização dos leilões de petróleo, o governo arrecadou em bônus de assinatura mais de 30 bilhões de reais, o que mostra a atratividade do mercado que trouxe de volta empresas internacionais interessadas no país. O sucesso destes e a participação de investidores internacionais confirmam a competitividade do nosso pré-sal frente a outras reservas mundiais. Para 2019, as expectativas são altas.
A oferta permanente de áreas e o Novo Repetro, contemplando as aquisições nacionais, também foram conquistas para a indústria. No âmbito do estado, o sucesso dos leilões foi ainda maior, já que mais de 80% das áreas arrematadas ficam em áreas fluminenses. Isso sem falar na recuperação da Bacia de Campos, que ainda pode contribuir muito com a produção nacional.
Na Firjan, além da construção da nova ONIP (Organização Nacional da Indústria do Petróleo), contribuímos com nossa visão por meio da elaboração de algumas publicações. Este ano, lançamos o Anuário da Indústria de Petróleo, com análise sobre as oportunidades, desafios e dados mais relevantes do petróleo, além das perspectivas para o próximo ano.
Também produzimos um documento específico para o mercado de gás – o Perspectivas do Gás Natural no Rio de Janeiro -, além do Panorama Naval no Rio de Janeiro, com o retrato dessa indústria no nosso estado e no país; e um quarto estudo, o Ambiente Onshore de Petróleo e Gás no Brasil.
Organizamos mais de meia centena de eventos no decorrer do ano, reunindo mais de 4 mil empresários, presidentes de empresa, especialistas do mercado e representantes do governo para debates e encontros de networking. Destacamos as três séries. Na primeira trouxemos as principais operadoras para apresentarem suas visões sobre o Brasil.
Na segunda, os grandes players apresentaram seus requisitos de compra e na terceira série, as tendências e inovações identificadas e adotadas foram os temas para empresas que dialogam com os mercados de petróleo, gás natural e construção naval.
Em parceria com instituições públicas e privadas e empresas, participamos das principais feiras internacionais, como a OTC, em Houston; a de Calgary, no Canadá; e a Rio Oil & Gas, nossa maior feira no Brasil. Todas essas ações têm o objetivo de comprovar o potencial da indústria fluminense e naval nos diversos mercados de petróleo e gás.
Porém, precisamos fazer mais em 2019. O país precisa de continuidade nas ações pró-mercado. Além das reformas macroestruturais, precisamos continuar buscando a melhoria da competitividade global da nossa indústria. A manutenção do calendário regular de leilões de petróleo, bem como o estímulo ao desenvolvimento tecnológico com a maior utilização dos recursos da cláusula de PD&I são fundamentais para a dinamização do mercado e manutenção de uma curva de aprendizado que traz mais produtividade.
Outro importante tema diz respeito ao processo de licenciamento ambiental, processo fundamental para o desenvolvimento das atividades das empresas, que precisa oferecer previsibilidade, reduzindo o risco para o investidor e para a sociedade, que espera ver esses recursos transformados de fato em riquezas para todos.
Outro ponto imprescindível é ampliar ainda mais a participação do gás natural na matriz energética brasileira, que tem um papel na sustentabilidade e transição na matriz energética, com a descarbonização e a descentralização de suas atividades. As soluções para o Brasil passam por geração de emprego e renda, e o mercado de petróleo é a grande oportunidade de voltarmos a alavancar nossa economia, construindo infraestrutura adequada e suportando a ampliação das competências profissionais locais em resposta às suas demandas. As sinalizações econômicas têm sido positivas e esperamos que o Brasil volte a ocupar sua merecida posição de destaque no mundo nos próximos anos.
Sobre a autora: Karine Fragoso é gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan
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