Artigo

Pertencimento e propósito são os novos motores do trabalho, por Bianca Aichinger e Susana Azevedo

Redação TN Petróleo/Assessoria
02/05/2023 11:03
Pertencimento e propósito são os novos motores do trabalho, por Bianca Aichinger e Susana Azevedo Imagem: Divulgação Visualizações: 1005 (0) (0) (0) (0)

É domingo à noite. Faltam poucas horas para o início da semana. Profissionais de diferentes cargos, em diferentes países começam a sofrer ansiedade, angústia, medo – o que se convencionou a chamar de “Sunday scaries”, ou “Sunday blues”. Seria apenas um sentimento passageiro pelas demandas que aguardam no início de semana ou um sintoma da perda de sentido no que se faz?

Profissionais de todas as épocas experimentaram, e experimentam ainda hoje, essa sensação. Mas ao analisarmos os anos anteriores à década de 1970 ou 80, a resposta para esse incômodo era simples: é preciso trabalhar para receber o salário e garantir a sobrevivência. O pensamento mais comum era de que a vida seria vivida na plenitude apenas na aposentadoria, e se podia esperar até lá. As organizações podiam confiar que as tarefas seriam feitas conforme o esperado. Eram tempos de comando e controle e as pessoas eram encaradas como executoras.

Mas a sociedade avançou e o mundo do trabalho mudou radicalmente. Em cinco anos, mais conhecimento foi gerado do que num período de 100 anos em séculos passados. O que entendemos como sociedade hoje é fruto de ideias difundidas há poucos anos. Por exemplo, foi na última década que começamos a ouvir a respeito de movimentos como de igualdade de gênero. Atitudes antes tidas como normais, hoje são inaceitáveis e podem configurar assédio. As relações mudaram e as ações humanas têm consequências globais. Basta lembrarmos da pandemia.

O que vemos hoje é a consciência das pessoas de que o trabalho é uma forma de se conectar a algo maior e parte fundamental da formação da identidade. O que fazemos precisa carregar significado. É nossa contribuição, nosso legado. O próprio conceito de sucesso hoje já é outro: não significa apenas remuneração – que ainda é importante – mas é também a possibilidade de se fazer o que gera valor, o que se sabe, o que se gosta e sentir-se reconhecido e ouvido.

A chegada de novas gerações ao mercado foi decisiva para que as empresas entendessem que salário não basta. Hoje, a organização precisa olhar com atenção para as equipes e dar clareza aos seus integrantes – incluindo líderes – sobre o papel dessa organização, qual o seu propósito no mundo e no que essa equipe e esses indivíduos contribuem.

Entendemos que as equipes vão além de braços: são indivíduos com diferentes expectativas e diferentes potenciais que, juntos, podem trazer inovação, criatividade e novas formas de conhecimento. A busca pela realização no trabalho proporciona uma mudança na oferta e procura de oportunidades: o poder da contratação passou para os profissionais que, agora, não estão mais dispostos a entrar ou permanecer em organizações que não enxerguem o seu potencial de contribuição.

Além disso, equipes coesas, colaborativas e que juntas perseguem um propósito comum proporcionam aos seus membros o senso de pertencimento, que por si só é uma necessidade humana. Este senso de pertencimento e a segurança psicológica advindos de um bom trabalho em equipe, assim como a segurança financeira, estão na base do que necessitamos para nos sentirmos satisfeitos com nossa vida.

Para muitos, contar com equipes feitas por pessoas engajadas em um propósito que faz sentido em suas vidas pode soar como uma utopia: um capítulo de best seller com fórmulas batidas. Mas já há comprovação de que empresas com um ambiente mais humanizado, aderentes às questões de ESG e com processos estruturados de governança e comunicação têm resultados superiores refletidos em resultados financeiros, maior retenção de talentos e ganhos significativos em imagem e reputação.

Muitas empresas e seus líderes já têm a sensibilidade em perceber que algo precisa ser feito para que as equipes conheçam o seu papel no todo e possam estar alinhadas e engajadas ao propósito da organização. A dificuldade mais frequente é encontrar o caminho de desenvolvimento e evolução mais adequados para chegar nesse alinhamento e engajamento. Dentre muitas metodologias, temos observado que o coaching de equipes demonstra, por meio de um trabalho de parceria em co-criação, expansão da consciência, autoconhecimento e protagonismo, um grande potencial de transformar equipes e prepará-las para revelarem toda sua capacidade ante a complexidade dos dias atuais.  Neste processo, que se inicia com um diagnóstico da equipe, seu contexto e desafios, é possível desafiar e engajar seus membros a iniciarem, juntos, uma jornada que leva à criação de uma equipe que gera valor não só para a organização, mas sim para todo o ecossistema onde atua e, inclusive, para si mesmo.

Por fim, entendemos que a identificação com o trabalho, o sentimento de pertencimento e o propósito são combustíveis essenciais para o engajamento e protagonismo que, por sua vez, são resultado de um trabalho intencional de trazer consciência e clareza, conectando e integrando as pessoas.

Sobre as autoras: Bianca Aichinger e Susana Azevedo são ex-executivas, coaches e sócias-proprietárias da Quantum Development.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Energia Elétrica
Com bandeira vermelha em vigor desde junho, energia reno...
02/07/25
Amazonas
Super Terminais e Governo do Amazonas anunciam primeira ...
02/07/25
Transição Energética
CCEE reforça protagonismo na transição energética durant...
02/07/25
Biodiesel
Indústria doa equipamentos para fortalecer fiscalização ...
02/07/25
Macaé Energy
Licença Prévia do projeto Raia é celebrada na abertura d...
02/07/25
Hidrelétricas
GE Vernova garante pedido de Operação & Manutenção nas u...
01/07/25
Energia Solar
GoodWe e Fotus miram liderança em mercado bilionário no ...
01/07/25
Oportunidade
Auren Energia abre inscrições para Programa de Estágio 2025
01/07/25
Etanol de milho
Reconhecimento internacional do etanol de milho para pro...
01/07/25
Resultado
Maio registra recorde nas produções de petróleo e de gás...
01/07/25
Sustentabilidade
Binatural conquista certificação internacional em susten...
01/07/25
Firjan
Produção de petróleo na porção fluminense da Bacia de Ca...
01/07/25
ANP
Divulgado o resultado final do PRH-ANP 2025
01/07/25
Evento
Maior congresso técnico de bioenergia do mundo reúne 1,6...
01/07/25
Energia Eólica
Nova MP não será suficiente para conter impactos pervers...
30/06/25
Combustíveis
Gasolina cai só 0,78% em junho, mesmo após reajuste de 5...
30/06/25
Evento
Brasil avança na transição energética com E30 e B15 e re...
30/06/25
Fiscalização
ANP divulga resultados de ações de fiscalização em 12 un...
30/06/25
Pessoas
Patricia Pradal é a nova presidente da Chevron América d...
30/06/25
IBP
Manifesto em Defesa do Fortalecimento da ANP
30/06/25
Resultado
ANP divulga dados consolidados do setor regulado em 2024
30/06/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.