Redação TN Petróleo/Assessoria Acro Cabos
A indústria offshore desempenha um papel vital na economia global, especialmente no setor de extração de petróleo e gás. Para garantir a segurança e a eficiência das operações, equipamentos de elevação, movimentação e amarração de cargas são empregados diariamente e, entre eles, os cabos de aço desempenham um papel central. No entanto, falhas nesses componentes podem resultar em acidentes graves que trazem riscos a vidas humanas e prejuízos financeiros elevados.
De acordo com o estudo intitulado “Acidentes de trabalho em plataformas de petróleo da Bacia de Campos”, falhas em componentes estruturais aparecem como responsáveis por 86% das causas de acidentes. O estudo ainda mostra que, em 69,9% dos casos, omissões gerenciais estavam entre os fatores que resultaram nos acontecimentos e que projetos inadequados compunham os fatores em 26,1% dos eventos.
Este é um cenário que se soma ao fato de que operações offshore trazem particularidades que demandam cuidados redobrados, especialmente com os equipamentos. Trata-se de uma atividade que se desenvolve em um ambiente hostil, com alta complexidade, no qual acidentes podem ter consequências desastrosas. Em setores como o óleo a gás, uma parada inesperada pode custar centenas de milhares de dólares por dia e uma falha em um cabo pode interromper as atividades por dias, chegando a afetar até mesmo a cadeia produtiva.
As principais causas de falhas em cabos de aço incluem desgaste por abrasão e corrosão, uso inadequado, fadiga metálica e falta de manutenção preventiva. São fatores que se agravam no cenário offshore, que é altamente corrosivo devido à presença de salinidade e umidade, o que acelera o desgaste dos equipamentos.
O excesso de carga também é um fator crítico, pois submeter os cabos a esforços acima do limite pode comprometer sua integridade rapidamente. Além disso, a negligência na inspeção periódica impede a detecção de pequenos danos antes que se tornem problemas graves.
A importância das medidas preventivas
Para evitar acidentes e prejuízos, é necessário a adoção de medidas preventivas. Isso inclui inspeções regulares, seguindo os padrões das respectivas normas, que são essenciais para garantir a confiabilidade dos equipamentos. Entram nesse conjunto de medidas testes não destrutivos, inspeções eletromagnéticas e avaliações visuais regulares. São ações que permitem identificar desgastes internos e fissuras antes que causem falhas catastróficas.
A lubrificação adequada também é indispensável para minimizar a corrosão e aumentar a vida útil dos cabos, assim como a escolha de materiais mais resistentes ao ambiente marinho, como cabos galvanizados.
Um outro fator determinante para evitar falhas é o treinamento adequado dos operadores. O manuseio incorreto e o desconhecimento dos limites de carga podem comprometer a segurança das operações. Isso pode ser solucionado por meio de programas de capacitação, que devem ser realizados regularmente, garantindo que as equipes estejam preparadas para utilizar os cabos de aço de forma segura e eficiente. Além disso, a implementação de tecnologias de monitoramento em tempo real pode ser uma solução eficaz para identificar tensões excessivas e mitigar riscos.
As falhas em cabos de aço representam uma ameaça significativa para a segurança e a eficiência das operações offshore. Além dos riscos aos trabalhadores e prejuízos financeiros, esses incidentes comprometem a confiabilidade da produção e podem resultar, inclusive, em danos ambientais e multas pesadas.
Assim, a adoção de medidas preventivas, como inspeções regulares, manutenção adequada e uso de tecnologias de monitoramento, se torna essencial para otimizar a segurança e evitar prejuízos. Com um planejamento estratégico e boas práticas de gestão, é possível minimizar riscos, melhorar a eficiência e assegurar a continuidade das operações offshore de forma confiável e sustentável.
Sobre o autor: Fernando Fuertes é Engenheiro e Desenvolvedor de Novos Negócios da Acro Cabos
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