Artigo

O desafio da transição energética e o G20, por Fernanda Brandão

Redação TN Petróleo/Assessoria
15/05/2024 16:02
O desafio da transição energética e o G20, por Fernanda Brandão Imagem: Divulgação Visualizações: 1843 (0) (0) (0) (0)

A questão climática e os impactos do aquecimento global se impõem cada vez mais como uma agenda urgente a ser tratada pelos países no âmbito doméstico e internacional. A recorrência e o aumento da gravidade de episódios de desastres naturais em todo o globo terrestre revelam que a mudança da matriz energética, como o investimento em infraestrutura para lidar com os impactos da mudança climática são cada vez mais urgentes. Ainda hoje, a maior parte da energia consumida no mundo vem de fontes não renováveis e poluentes. O carvão e o petróleo continuam sendo as principais fontes de produção de energia elétrica e transporte, respectivamente.

O processo de transformação da matriz energética dos países é complexo e envolve dimensões mais profundas do que apenas a mudança na tecnologia empregada para geração de energia. Mudar a matriz energética envolve uma completa alteração dos processos de transmissão e armazenamento de energia, o que gera impactos sobre a estrutura de prédios e das cidades, implica em modificações na infraestrutura do transporte público e particular, além de exigir o desenvolvimento de planos de contingência, especialmente, no caso de tecnologias de energia intermitentes como solar e eólica. Todos esses elementos são fundamentais para que a transição da matriz energética aconteça de forma efetiva.

Além da complexidade que uma transição energética carrega, o processo de desenvolvimento de novas tecnologias de energia e de infraestrutura é lento, custoso e apresenta poucos retornos financeiros no curto prazo, tornando-o menos interessante para a iniciativa privada. Outro agravante é o valor, pois a troca é cara e o desenvolvimento de economias de escala que possam ser aplicadas de forma ampla com custos reduzidos pode levar tempo. Além disso, todo o processo de transição energética precisa acontecer sem grandes perdas na atividade econômica dos estados. Mais ou menos como trocar o pneu com o carro andando.

Apesar das dificuldades, a questão da transição energética se apresenta como uma agenda cada vez mais urgente. Unido ao aquecimento global, os temas são de relevância para o Brasil no G20. O tema já tem sido tratado em reuniões de ministros e deve ser um dos temas de destaque da ministerial de novembro. O desafio é grande e a cooperação internacional é fundamental para o êxito de uma transição energética a nível global. Assim, o desafio para o G20, que reúne as vinte maiores economias do mundo e, consequentemente, alguns dos maiores consumidores de energia do mundo, é promover uma instância de colaboração e coordenação entre os países para que as ações em prol da mudança do padrão de consumo energético dos países se acelerem.

A questão ambiental sempre foi uma pauta onde o Brasil exerceu protagonismo no cenário internacional e o atual governo busca retomar esse papel do país. Ano que vem, a COP 30 será em Belém do Pará, o que gera uma nova oportunidade de buscar liderar os esforços de cooperação internacional em torno da questão ambiental, especialmente, da transição energética. Para além de resgatar o protagonismo internacional do país nos foros multilaterais, o tema em questão deve ser pensado com maior cuidado no âmbito doméstico. Apesar de o país ter uma matriz energética majoritariamente limpa, a maior parte do consumo energético relacionado aos transportes ainda é de hidrocarbonetos. À medida que as tragédias ambientais de natureza climática se abatem sobre o país, o desafio para o Brasil é ir além do protagonismo na arena internacional e buscar mudanças efetivas que contribuam para a mudança da matriz energética nacional buscando um desenvolvimento econômico mais sustentável. Além disso, investimentos em infraestrutura para lidar com os efeitos da mudança climática se apresentam como urgentes.

Sobre a autora: Fernanda Brandão Martins é coordenadora do curso de Relações Internacionais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Etanol
Hidratado fecha a semana praticamente estável e anidro v...
25/11/24
PE 2025-2029
Plano de Negócios 2025-2029 da Petrobras é apresentado c...
22/11/24
Bacia de Campos
Porto do Açu recebe P-26 para suporte a Reciclagem Verde
22/11/24
Gasolina
ANP publica painel dinâmico com dados de qualidade da ga...
22/11/24
Apoio
OceanPact apoia Mubadala Brazil SailGP Team, liderado pe...
22/11/24
Energia Solar
Brasil alcança 3 milhões de instalações com energia sola...
22/11/24
Resultado
Subsea7 atinge US$ 321 milhões em EBITDA ajustado no 3T2...
21/11/24
Pré-Sal
Com projeto Búzios 9, Tenaris reforça posição como forne...
21/11/24
Inclusão social
Dia da Consciência Negra: Mulheres negras empreendedoras...
20/11/24
Parceria
Amcham destaca parceria estratégica entre Brasil e EUA n...
20/11/24
Etanol
Aprovação de projeto que regulamenta mercado de carbono ...
20/11/24
MME
Resultados do GT de transições energéticas são integrado...
19/11/24
Salvador
Encontro Internacional de Energia já está com inscrições...
19/11/24
Biocombustíveis
Petrobras Biocombustível e Banco do Brasil assinam acord...
19/11/24
Combustíveis
Diesel comum e S-10 iniciam novembro com preço médio em ...
19/11/24
Parceria
Brasil e China firmam parceria para buscar soluções inov...
18/11/24
Logística
Vast Infraestrutura realiza primeira operação no Termina...
18/11/24
Internacional
Primeiro-Ministro britânico, Keir Starmer, visita Brasil...
18/11/24
Evento
Bahia sediará Encontro Internacional do Setor de Energia
18/11/24
Acordo
Petrobras e Yara assinam acordos para cooperação técnica...
18/11/24
PD&I
Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) vai desenvol...
18/11/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

21