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Metaverso e os riscos para o futuro da humanidade por Fabiano de Abreu Agrela

Redação TN Petróleo/Assessoria
14/03/2022 13:53
Metaverso e os riscos para o futuro da humanidade por Fabiano de Abreu Agrela Imagem: Divulgação Visualizações: 3144 (0) (0) (0) (0)

Após o suposto vazamento de informações sobre um código de programação chamado  realityOS da empresa de tecnologia Apple, muitos teorizam que o metaverso será um marco sem precedentes para a humanidade, tanto agregando no cotidiano como levantando preocupações entre cientistas. O PhD em neurociências, mestre em psicologia e biólogo Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela teoriza que os sintomas causados pela imersão excessiva no metaverso, o chamado ‘’mundo virtual’’, composto principalmente pela ‘internet’, resultará tanto em uma alteração genética, como psicológica a longo prazo e pode até mesmo interferir na evolução da espécie humana.

O metaverso é um espaço coletivo composto pela soma de vários outros ambientes, como a realidade virtual (VR, sigla em inglês), realidade aumentada (AR), ’’blockchain’’ (terminologia que define a rede de criptomoedas) e as amplamente utilizadas mídias sociais, as empresas da tecnologia estão depositando investimentos cada vez mais pontuais para a melhoria contínua destes ambientes. Contudo, conforme explica o neurocientista, a vida virtual pode causar uma ‘’burla genética’’ afetando as regiões cerebrais chamadas córtex pré-frontal,  córtex cingulado posterior, lobos temporais mediais (sistema límbico), lobos parietais e afirma: ‘’ Isso acontece, pois o mundo virtual nos traz satisfações constantes e facilitadores que interferem no sistema límbico do cérebro, relacionado às emoções, alterando também o lobo frontal, região da prevenção, lógica, tomada de decisões e imaginação de possibilidades. Chamo de burla genética pois temos uma “memória primitiva”, relacionado ao instinto, em nosso DNA, que já tem determinado o funcionamento do nosso organismo como um mapa já confeccionado de interações que quando alterado, causam disfunções.’’  

A realidade virtual atua na criação de espaços para interação do usuário imitando o mundo real, um ambiente totalmente novo e independente do mundo real diferente da realidade aumentada, que inclui componentes digitais do mundo real. O instinto humano sabe que o que pode nos matar é vivo, orgânico e real, então, rostos reais, assim como coisas reais, exigirão funcionalidades dos neurônios de maneira diferente do que sabemos que não é real.”Esse é um dos fatores que não trarão uma vida real num mundo metaverso, logo, a ansiedade que funciona como uma pendência, é aumentada e potencializada, acarretando a necessidade de recompensa que facilmente é encontrada nesta mundo irreal.” 

O córtex pré-frontal ventromedial e as outras regiões do cérebro atuam na liberação de neurotransmissores como a dopamina, também responsável pela sensação de bem-estar e de recompensa. Portanto, a realidade virtual atuaria na alteração anatômica desta região a ponto de modelar o mecanismo imaginativo humano, a depender da variante genética do indivíduo. ‘’Essa rede de modo padrão ventral relacionada à imaginação, sofre consequências quando vivemos essa realidade virtual alimentada por recompensas constantes.’’, pontua Fabiano de Abreu.

Com a busca pelas sensações causadas pelo neurotransmissor da recompensa, a ansiedade é ativada e, conforme explica o biólogo  ‘’como disse anteriormente, a ansiedade funciona como pendência, afinal faz parte do instinto para buscar uma solução e, quando logo não encontrada mediante a expectativa, leva a insatisfação que, quando constante, molda a anatomia do cérebro.’’ Ou seja, quanto mais dopamina é liberada, mais se faz necessário a produção deste neurotransmissor, já que mesmas situações não liberam na mesma intensidade, aumentando a busca por novas e diferentes situações, para intensidades diferentes de liberação. 

Tal qual os sintomas do vício, não há apenas essa alteração anatômica de um dos principais órgãos responsáveis pela evolução da espécie, mas também é remodelada a produção de neurotransmissores, que acarreta outros distúrbios e doenças, como a depressão, considerados o mal do século por estudiosos da saúde e tema de ampla discussão atualmente. Tantas alterações podem até mesmo serem responsáveis pela não ocorrência de fatores promotores de condições adaptativa-evolutivas  e controle do nosso organismo, e o professor em breve publicará seu artigo na Revista Científica Multidisciplinar Ciência Latina.

Este e outros temas serão abordados no maior festival de experiência tecnológica, a Campus Party. Em sua 14.º edição, o evento que acontece em torno de um festival de inovação, criatividade, ciências e empreendedorismo, o neurocientista, dentre outros palestrantes, prometem discutir não apenas as novidades tecnológicas práticas, mas também trazerem um olhar neurocientífico sobre as influências dos avanços e da aplicação das novidades digitais.

Sobre o autor: Fabiano de Abreu é doutor em Ciências da Saúde nas áreas de Neurociência e Psicologia, mestre em Psicanálise e membro da Federação Europeia de Neurociências. Confirmou, pela primeira vez na ciência, que o vírus Covid-19 pode deixar sequelas neuronais e também é o precursor em dizer que a internet está deixando as pessoas menos inteligentes. Fundador do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), conta com 30 membros acadêmicos de diversas áreas para pesquisas, experimentos e estatísticas. Membro da Mensa, associação de pessoas mais inteligentes do mundo, possui 99 de percentil ou 148 pontos de QI para padrões brasileiros e é o principal cientista na atualidade para estudos de inteligência. Trabalha com consultoria para pais de crianças superdotadas, traçando mecanismos para aproveitar melhor as habilidades das crianças nessas condições para um futuro brilhante.

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