Redação TN Petróleo/Assessoria
A desigualdade de gênero no mercado de trabalho é um desafio significativo que exige ação imediata e coordenada por parte das empresas, especialmente do setor de Recursos Humanos, visto que dados alarmantes revelam que, apesar dos avanços, as mulheres continuam enfrentando barreiras significativas em sua trajetória profissional. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), o desemprego entre as mulheres é 53,3% maior do que entre os homens, e as trabalhadoras brasileiras têm um rendimento médio real 20,8% menor que o dos homens.
Da mesma forma, de acordo com uma análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a presença de mulheres diminui em níveis hierárquicos mais altos, chegando a apenas 37% nos cargos de gerência, 20% nos conselhos de administração das empresas, e apenas 17% entre os CEOs. Essa disparidade não apenas reflete a sub-representação das mulheres em cargos de liderança, mas também evidencia a existência de barreiras sistêmicas que impedem o avanço de sua carreira.
Promovendo a equidade
Dessa forma, a fim de mudar esse cenário, o RH deve desempenhar um papel fundamental na implementação de práticas que promovam a igualdade de gênero dentro das organizações. Uma das medidas mais importantes é a adoção de políticas de recrutamento e seleção que garantam oportunidades iguais para mulheres e homens, evitando discriminação de gênero durante o processo de contratação.
Assim, é fundamental que o setor de RH promova a conscientização sobre o tema, contribuindo para o combate a estereótipos e preconceitos dentro da empresa. Isso pode ser feito por meio de campanhas educativas, treinamentos e workshops que abordem questões de gênero e promovam uma cultura organizacional inclusiva e diversificada, uma vez que apesar desses benefícios claros, as mulheres continuam enfrentando obstáculos e discriminações no ambiente de trabalho.
Segundo um estudo divulgado pela Fast Company, muitas vezes, as mulheres são julgadas com base em critérios irrelevantes para suas capacidades profissionais, como aparência e capacidade intelectual. Esses preconceitos, aliados à disparidade salarial contribuem para perpetuar a desigualdade de gênero no mercado de trabalho.
Outra medida importante é a implementação de programas de desenvolvimento e capacitação voltados especificamente para mulheres, visando aumentar sua representatividade em cargos de liderança e em áreas historicamente dominadas por homens. Esses programas podem incluir mentoria, coaching e oportunidades de networking que ajudem as mulheres a avançar em suas carreiras.
Benefícios da inclusão: impacto positivo das mulheres no mercado de trabalho
Essas ações, quando implementadas de forma consistente e integrada, podem contribuir significativamente para a promoção da igualdade de gênero no ambiente de trabalho e para a criação de um ambiente mais justo, inclusivo e produtivo para todos os colaboradores.
Estudos mostram que a inclusão de mulheres em posições de liderança não é apenas uma questão de equidade, mas também uma estratégia de negócios inteligente. De acordo com uma pesquisa da McKinsey Global, empresas com pelo menos uma mulher no comando aumentam em 50% a probabilidade de ver sua rentabilidade evoluir e em 22% de aumentar a média da margem Ebitda. Além disso, um estudo do LinkedIn revelou que equipes mais diversas tomam decisões melhores 87% das vezes e fazem com que suas empresas tenham 25% mais chance de superar os concorrentes.
Investir nessa diversidade não apenas contribui para um ambiente de trabalho mais justo e inclusivo, mas também é uma estratégia que agrega para o sucesso e a sustentabilidade da empresa. E, neste sentido, o setor de RH desempenha um papel crucial ao adotar políticas e práticas que garantam as mesmas oportunidades a todos.
Sobre a autora: Simone Cipriano é head de pessoas & cultura da Runtalent.
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