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A revolução da inteligência artificial: como usá-la a favor do seu negócio? por Fernando Moulin

Redação TN Petróleo/Assessoria
13/06/2023 12:19
A revolução da inteligência artificial: como usá-la a favor do seu negócio? por Fernando Moulin Imagem: Divulgação Visualizações: 1025 (0) (0) (0) (0)

O rápido avanço das ferramentas de inteligência artificial, especialmente com o surgimento avassalador do ChatGPT, tem gerado todo tipo de reação e muitas reflexões por parte de governos, empresas e indivíduos. Dois dias após uma carta aberta assinada por mais de 2,8 mil pessoas, entre empresários como Elon Musk, nomes ligados ao Google e historiadores como Yuval Harari, pedindo uma pausa nas pesquisas e no desenvolvimento de IA, o governo da Itália proibiu o uso do ChatGPT sob alegação de "recolhimento ilegal de informações pessoais". Agora a desenvolvedora OpenIA está sendo investigada pelas autoridades do país. Enquanto isso e poucas semanas depois, foi o próprio Google quem anunciou uma série de aplicações de IA em suas ferramentas, durante seu famoso evento para desenvolvedores, o Google I/O. Mais um dos paradoxos dessa era de paradoxos.

É claro que o bloqueio temporário de um player não resolverá a questão - mas acende novos alertas sobre o uso ilimitado da tecnologia. Nesse sentido, a cada dia aumentam as discussões sobre o desenvolvimento de elementos de controle para garantir que a disrupção não vai se dar também em dimensões e fronteiras indesejáveis, como da ética, da transparência no uso de dados, do acesso a informações confidenciais de propriedade privada, das novas formas de trabalho, dos impactos na educação, na genética e afins.

De uma forma ou de outra, sua usabilidade, sintaxe e capacidade em dar respostas acuradas transmite credibilidade a quem a utiliza, ainda que aquele processamento de informações possa utilizar uma lógica muitas vezes incapaz de ser conhecida em detalhes (até por quem a criou). Isso evoca danos em escala exponencial, já que é provável haver a propagação de inverdades. As pessoas ainda podem não ter o preparo para fazer as perguntas corretas, ou pior, podem não interpretar de maneira adequada as soluções que as ferramentas proporcionam. Por outro lado, exemplos recentes de integração com o Bing e demais ferramentas da Microsoft (como no uso para a construção de apresentações em powerpoint) demonstram a inexorabilidade do avanço dessas tecnologias em nosso dia a dia – fato que demanda ainda mais atenção e análise crítica em uma sociedade que parece delegar essas competências aos próprios algoritmos.

Um exemplo claro desse perigo é a credibilidade de qualquer notícia falsa hoje em dia. É só participar de grupos ou comunidades em redes sociais para comprovar a força das fake news. Recentemente, vi uma apresentação de Elvis Presley produzido por IA no programa America´s Got Talent (produção que serviu de referência para programas locais como o The Voice Brasil) e que é um claro exemplo de quão realistas estão se tornando os deep fakes.

Esse momento capital da evolução tecnológica parece ser propício a algumas definições relevantes, pois as ferramentas de IA cada vez mais tangenciam ou até distorcem diferentes fronteiras do atual direito do uso de dados e da privacidade, da propriedade intelectual autoral e, como o governo da Itália alega na suspensão, até mesmo da questão do uso e da exploração dessas soluções por menores de idade.

Tampouco é claro ainda como o ChatGPT vai reagir a potenciais tentativas de ataques hackers ou roubo de informações dentro do seu banco de dados, por exemplo. Em paralelo, observa-se o esforço de empresas para adotar o mais rápido possível essa e outras soluções de inteligência artificial, baseadas na mesma metodologia de machine learning.Há todo um ecossistema sendo acelerado e desenvolvido para a conexão com o ChatGPT, seja de integradores, seja de plug-ins com soluções-padrão da Microsoft, Salesforce e outras gigantes da indústria da tecnologia. Esses movimentos não deixarão de ocorrer.

O fato é que a IA veio para ficar e, com o amadurecimento das aplicações, a tendência é que organizações e pessoas possam usar seus mecanismos a favor da sociedade de forma mais responsável no futuro, ampliando as possibilidades para empresas e indivíduos. Além disso, é nítido o quão transformador é tudo que essa ferramenta pode gerar, bem como seu potencial de otimizar produções e negócios.

Para aproveitar o lado positivo dessa revolução tão esperada – e temida –, é preciso que todos os envolvidos tenham alto nível de educação sobre as aplicações dos sistemas e, principalmente, de seus riscos. Além disso, é necessário fortalecer os movimentos para a criação de ajustes e regulamentação, considerando a ética.

A boa notícia é que todo esse buzz permite ao menos que os membros da sociedade civil comecem a entender que uma espécie de “fogo de Prometeu” está sendo inadvertidamente obtida e liberada para, então, utilizarem as soluções de IA de forma mais cautelosa e consciente. Mas será que teremos mecanismos reais a nosso alcance para sermos mais responsáveis na construção de mais essa disrupção trazida pela tecnologia?

Sobre o autor: Fernando Moulin é partner da Sponsorb, empresa boutique de business performance, professor e especialista em negócios, transformação digital e experiência do cliente. E-mail: fernando.moulin@sponsorb.com.br.

 

 

 

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