Durante a pandemia de Covid-19, o mercado de trabalho viu uma valorização das soft skills. Antes consideradas um diferencial, as habilidades ligadas ao comportamento humano, relacionadas ao modo como o profissional lida com as próprias emoções e com o outro, tornaram-se tão importantes quanto competências técnicas. Passado o auge da crise sanitária, no entanto, o cenário tem mudado.
Foi o que apontou um levantamento do Observatório de Carreiras e Mercado, do PUC Carreiras, área da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) voltada a atender as demandas de estágios, empregos e carreiras dos estudantes e ex-alunos da instituição. Em 2020, 61% das habilidades exigidas pelas vagas publicadas no portal de carreiras da Universidade por empresas parceiras eram soft skills, contra 39% que se referiam a hard skills. Já em 2021, o percentual caiu para 44% e subiu para 56%, respectivamente.
“Se por um lado as tendências apontam para um cenário no qual as organizações têm buscado cada vez mais olhar para as competências comportamentais com mais atenção, por outro, vemos uma enorme expansão nas oportunidades tech, o que faz com que as vagas demandem maior número de habilidades técnicas voltadas ao setor”, explica Luciana Mariano, coordenadora do PUC Carreiras.
Nas 2,2 mil vagas divulgadas em 2021, habilidades tech foram citadas mais de 1,3 mil vezes como requisito para a colocação. São competências como linguagem de programação, desenvolvimento de softwares e modelagem de dados.
Habilidades mais buscadas – No geral, de acordo com as vagas ofertadas por empresas parceiras no portal de carreiras do PUCPR em 2021, as soft skills mais buscadas pelos empregadores são proatividade, organização e comunicação. As hard skills mais solicitadas, por outro lado, são domínio da língua inglesa, conhecimento de pacote Office e Excel intermediário.
O PUC Carreiras também analisou os dados de pesquisas de acompanhamento de empregabilidade realizadas com 2,5 mil estudantes, 4,4 mil egressos e 885 empregadores e constatou quais são as habilidades mais relevantes no dia a dia desse público.
Para as empresas, as principais são: 1) relacionamento interpessoal (15,5%); 2) solução de problemas (14,7%); e 3) comunicação escrita (9,3%). Os egressos da Universidade, por sua vez, consideram as seguintes competências: 1) solução de problemas (13,6%); 2) relacionamento interpessoal (11,5%); e 3) comunicação oral (10,2%). No entendimento dos estudantes, as três principais habilidades são: 1) solução de problemas (16,6%); 2) comunicação oral (13,1%); e 3) relacionamento interpessoal (12,7%).
Diploma importa – O Observatório de Carreiras e Mercado ainda realizou entrevistas em profundidade com profissionais da área de Recursos Humanos (RH), que revelaram que o diploma de Ensino Superior continua importando para os empregadores. Outro insight interessante foi o fato de que, mesmo não sendo um critério de corte no momento da seleção, experiências vivenciadas pelos acadêmicos durante a faculdade são consideradas diferenciais, como participação em projetos de iniciação científica, intercâmbios e participação em oficinas.
Fonte: Redação TN com assessoria
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