Employee experience, dados e saúde mental: qual a relação?

29/07/2022 03:46

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Uma das grandes questões que muitos líderes estão enfrentando agora é: como podemos nos comunicar, colaborar e nos conectar de forma significativa em um ambiente híbrido (ou remoto)? 

À medida que as empresas se adaptam a novas formas de trabalhar, a tecnologia que utilizam se tornou a característica dominante da experiência do colaborador. 

Os empregadores devem começar perguntando aos colaboradores se eles possuem as ferramentas e as tecnologias certas para fazer o seu trabalho, especialmente em um ambiente de trabalho híbrido ou remoto. 

À medida que o trabalho híbrido se torna mais prevalente e os colaboradores se tornam menos centralizados fisicamente, a ênfase tradicional colocada nas vantagens do escritório está diminuindo rapidamente. Essa dinâmica está remodelando a forma como as empresas operam. 

A experiência do colaborador em diferentes modelos de trabalho

O desequilíbrio que o trabalho pode causar na saúde emocional dos colaboradores passou a ser pauta de atenção de gestores em todo o mundo. Conforme colocamos nossa atenção sobre os colaboradores, surgem novos desafios e novas oportunidades de intervenção. 

O entendimento correto deste tema é fundamental na construção de estratégias que colocam as pessoas no centro das decisões. Cuidar da saúde emocional das pessoas é cuidar da saúde da própria organização.

Estudos indicam que uma das diversas mudanças trazidas pela pandemia foi a realocação da força de trabalho. Nesse contexto, a importância da flexibilidade no trabalho se torna cada vez maior, uma vez que colaboradores podem se sentir inclinados a procurar novos empregos caso sintam que as suas necessidades não estão sendo atendidas.

Para as empresas, adaptar-se às particularidades de cada colaborador é essencial para garantir uma boa experiência no ambiente de trabalho. As ferramentas que os empregadores fornecem possuem um papel fundamental na construção de uma experiência: afinal de contas, para todos os efeitos, são elas que constituem o novo local de trabalho. 

Como tal, estas ferramentas estão se tornando vitais para atrair novos talentos, promover a cultura da empresa, auxiliar na produtividade e muito mais.

Há também estudos que indicam que uma ação que contribui positivamente para a experiência de um colaborador é o aumento da autonomia. Proporcionar autonomia significa confiar em seus colaboradores, o que consequentemente impulsiona fatores como motivação, confiança e bem-estar mental. 

Desenvolver uma relação de confiança é um ponto de partida para a criação de um ambiente de segurança psicológica, além de ser um aspecto transformador na experiência do colaborador.

Formatos de trabalho distintos possuem diferentes repercussões e impactos na rotina de cada indivíduo. Para garantir a satisfação dos colaboradores em um trabalho remoto, por exemplo, é preciso se certificar de que todos possuam conexões adequadas com a internet, bem como computadores e quaisquer outros materiais necessários para a sua função. 

Porém, o papel da empresa não se resume a apenas proporcionar ferramentas: trata-se de assegurar que os colaboradores estão se sentindo ouvidos e acolhidos no ambiente em que estão inseridos.

Então, de que forma podemos compreender a experiência dos colaboradores de forma individual e coletiva para criar soluções cada vez mais personalizadas?

Com tudo isso em mente, podemos observar um cenário desafiador, que só pode ser construído e percebido através de uma abordagem analítica baseada em dados

Essa é a grande contribuição da cultura data-driven aplicada à experiência dos colaboradores: como entender os desafios e impactar as equipes com soluções robustas e assertivas. Estamos diante de um momento de grande autonomia.

Entendendo os colaboradores e suas necessidades emocionais

Os principais pilares para a construção de uma cultura data-driven são o foco nas pessoas e a busca pela inovação. Uma cultura orientada a dados permite que as empresas tomem decisões mais assertivas e explorem soluções inovadoras com base em informações concretas. Com base nisso, é possível compreender melhor as necessidades dos colaboradores e contribuir para o seu bem-estar.

A origem da análise de comentários

Vamos começar com uma breve história: a história do pesquisador James Whiting Pennebaker.

Nascido em Midland, Texas em 2 de março de 1950, um péssimo cozinheiro segundo sua esposa Ruth e pai de um casal de filhos, é hoje um dos pesquisadores mais influentes do mundo nas áreas de linguística e comportamento humano. Segundo ele, “a maneira como escrevemos diz muito mais sobre nós mesmos do que imaginamos. Entender a maneira como nos comunicamos é entender, em última análise, quem nós somos.”

Pennebaker descobriu, na década de 80, que quando alguém passava por um trauma e mantinha segredo sobre o ocorrido, mais comumente teria problemas emocionais. De maneira análoga, as pessoas que passavam por traumas e falavam sobre o assunto estavam menos propensas a desenvolverem problemas emocionais.

Essa constatação permitiu que o Dr. Pennebaker fizesse um estudo complementar, investigando se o conteúdo expresso pelas pessoas poderia predizer quem adoeceria menos. Neste estudo subsequente, ele e seu time se debruçaram sobre milhares de relatos na esperança de encontrar algum tipo de padrão que pudesse predizer quem se beneficiaria ao escrever sobre seu trauma. 

Após meses de análises, a leitura dos textos parecia não mostrar nenhum padrão. Foi então que o professor Pennebaker teve uma ideia que mudaria tudo: “vamos criar um algoritmo que analise os textos por nós”.

Estavam fundadas as bases que possibilitaram pesquisas pioneiras nas décadas seguintes no campo da interpretação textual. Atualmente existem mais de 20.000 artigos científicos relacionados às análises que começaram na década de 80 com o professor Pennebaker.

Trazendo a análise de comentários para as empresas

Em 2022, o The Turing foi inaugurado em nosso Ecossistema, com a missão de ser a ponte entre o que há de mais novo dentro dos grupos de pesquisa e o mundo dos negócios. Assim surgiram as bases por trás de toda a ciência comportamental e os desdobramentos da análise linguística que a Jungle, empresa do Ecossistema GPTW, tem utilizado para entender melhor a saúde emocional das pessoas.

Através do algoritmo desenvolvido por Pennebaker, é possível identificar diversas características que moldam o perfil emocional de uma empresa. Cada organização é movida por uma combinação única de valores e motivações que se traduzem nas equipes, constituindo assim um perfil emocional.

Isso significa que conseguimos descobrir as principais fortalezas emocionais dos colaboradores, assim como pontos que inspiram as equipes e suas necessidades emocionais. Tudo isso apenas analisando a escrita de cada indivíduo, de forma que detalhes que podem parecer sutis (como o número de pronomes utilizados) podem ser fatores determinantes na definição de um perfil emocional.

Cada vez mais, o uso de dados contribui para que as empresas possam criar soluções personalizadas e eficazes para melhorar a experiência no ambiente de trabalho. Estamos diante de um novo normal mais livre, híbrido, e tecnológico. Mensurável em tempo real com ferramentas data-driven e com foco na experiência dos colaboradores e, em especial, em sua saúde mental.

 

Fonte: Redação TN com Jungle - GPTW

Artigo de Bruno Shiozawa

CEO da Jungle - empresa do Ecossistema GPTW

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