O excesso de estímulos, a hiperconexão, a pressão por produtividade e o medo constante de falhar têm colocado a saúde emocional das pessoas sob forte ameaça. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas no mundo convivem com algum transtorno mental. No Brasil, a situação é especialmente alarmante. O país está entre os primeiros no ranking de nações com o maior índice de transtornos de ansiedade do planeta, segundo o estudo Global, Regional, and National Trends in the Burden of Anxiety Disorders do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), e figura entre os líderes em casos de depressão na América Latina.
A pandemia de COVID-19 foi um divisor de águas nesse cenário. Ela não só agravou o sofrimento psíquico já existente como também revelou a fragilidade emocional de milhões de pessoas que até então nunca haviam buscado ajuda. O isolamento social, as perdas afetivas e financeiras, a incerteza constante e a sobrecarga doméstica e profissional criaram um ambiente propício ao surgimento de quadros de ansiedade, depressão, síndrome do pânico e burnout. Dados do Ministério da Saúde apontam que os atendimentos de emergência relacionados à saúde mental cresceram quase 30% nos últimos anos, preocupando especialistas e gestores de saúde pública.
Segundo Renata Caveari, professora de Psicologia do Centro Universitário Afya Itaperuna, a pandemia acelerou uma crise que já vinha se formando há muito tempo. “Vivíamos no automático, ignorando os sinais do corpo e da mente, até que a pausa forçada nos obrigou a encarar o que estava mal resolvido. As demandas da vida contemporânea e a velocidade das mudanças nos colocam em um modo de funcionamento contínuo, impedindo o autoconhecimento e o cuidado com as próprias emoções. Essa dinâmica reflete o fenômeno da medicalização da vida, em que desconfortos humanos são rapidamente transformados em transtornos e tratados quase exclusivamente com medicações, sem espaço para o olhar integral sobre o sofrimento.”
Dr. Cassiano Teixeira, professor de Psiquiatria da Afya Brasília, reforça que a saúde mental é diretamente influenciada pelo contexto social e econômico. Segundo ele, não se trata apenas de diagnósticos clínicos, mas de um sofrimento real que tem origem em fatores cotidianos, como a insegurança no trabalho, a falta de tempo para o lazer, as relações líquidas e a pressão estética e financeira das redes sociais, que têm impactado especialmente os mais jovens. “Essas condições do meio atuam tanto como fatores de predisposição quanto como gatilhos para o surgimento de sintomas de transtornos mentais”, explica o psiquiatra, acrescentando que, mesmo quando não configuram um transtorno propriamente dito, já são capazes de aumentar a ansiedade de desempenho e comprometer significativamente a qualidade de vida.
Além do impacto individual, há também um custo coletivo. Transtornos mentais estão entre as principais causas de afastamento do trabalho no Brasil. De acordo com dados do INSS, só em 2023, mais de 200 mil pessoas precisaram se afastar por motivos relacionados à saúde mental, como ansiedade, depressão e transtornos de estresse. Isso representa prejuízo econômico, além de ser uma clara demonstração de que a sociedade está adoecendo de forma silenciosa e, muitas vezes, solitária.
Apesar do aumento da procura por ajuda psicológica e psiquiátrica, muitos ainda enfrentam dificuldades para acessar o cuidado adequado. A falta de profissionais na rede pública, os altos custos dos atendimentos particulares e o estigma ainda presente sobre o sofrimento psíquico são barreiras que precisam ser enfrentadas com políticas públicas sérias e com informação de qualidade.
“Cuidar da mente não pode ser visto como luxo ou algo negociável, é uma questão de saúde pública e de dignidade. Precisamos normalizar esse cuidado, ampliar a discussão tanto no âmbito público quanto no privado e criar espaços onde as pessoas se sintam seguras para pedir ajuda. Não adianta cobrar metas cada vez mais robustas se isso compromete o bem-estar emocional e psicológico. Sem equilíbrio entre as exigências da vida e as condições reais de cada um, o sofrimento psíquico tende a se tornar uma presença constante”, afirma a professora Renata.
Dr. Cassiano explica que cuidar da saúde mental deve ser um hábito contínuo, não algo que se busca quando se está à beira do colapso. “Assim como nos preocupamos com alimentação, sono e atividades físicas, precisamos olhar para nossas emoções, pensamentos e relações com mais atenção e responsabilidade “A saúde mental é o alicerce da nossa qualidade de vida. Quando ela vai mal, tudo ao redor desmorona: trabalho, relações, autoestima, motivação. Investir em bem-estar emocional é investir em uma vida mais equilibrada e saudável”, conclui o especialista.
Dicas práticas de como melhorar sua saúde mental
Para ajudar nesse processo, os especialistas da Afya compartilham orientações práticas que podem ser incorporadas à rotina - desde o cultivo de hábitos simples, como manter uma rotina equilibrada e reservar momentos de descanso, até o desenvolvimento do autoconhecimento e a busca por apoio profissional quando necessário.
Sobre a Afya
A Afya, maior ecossistema de educação e tecnologia em medicina no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 33 delas com cursos de Medicina e 25 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.653 vagas de Medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 23 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da Medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de Medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil e “Valor 1000” (2021, 2023, 2024 e 2025) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do Pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 - Saúde e Bem-Estar.
Mais informações em: www.afya.com.br e ir.afya.com.br.
Fonte: assessoria Afya
Imagem: divulgação Afya
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